Mais Lidas

cante o samba

Um dia meu irmão de cor

Chorou por uma falsa liberdade

Kaô Cabecilê, sou de Xangô

Punho erguido pela igualdade

Hoje cativeiro é favela

De herdeiros sentinelas

Da bala que marca feito chibata

Vermelho na pele dos meus heróis

Lutaram por nós contra a mordaça

Ê, mãe preta, mãe baiana

Desce o morro pra fazer história

Me formei na Academia

Bacharel em harmonia

Eis aqui o meu quilombo, escola

Ê, Galanga, ê… Rei Zumbi, Obá

Preta aqui virou Rainha Xica

Sou a voz que vem do gueto

Resistência no tambor

Pilão de preto velho eu sou

No Rio batuqueiro

Macumba o ano inteiro

Não nego meu valor, axé

Gingado de malandro

Kizomba e capoeira

Caxambu e jongo, fé na rezadeira

Tempero de Iaiá, não tenho mais, sinhô

E nunca mais, sinhá

Sambo pra resistir

Semba meus ancestrais

Samba pelos carnavais

Torrão amado o lugar onde eu nasci

O povo me chama assim

Salgueiro… Salgueiro…

O amor que bate no peito da gente

Sabiá me ensinou: sou diferente