Mais Lidas

cante o samba

Olodumarê mandou

Oxalá me conduzir pelo céu da liberdade

Me falou Orunmilá

Vai meu filho semear pelo mundo a humanidade

Nos caminhos de Exu

Me perdendo encontrei nua e

crua essa verdade

Que a raiz do preconceito

Nasce do olhar estreito da

cruel desigualdade

Sou Alabê gungunando o tambor

Trago cantos de dor, de guerra e de paz

Pra ver secar todo pranto nagô

E gritar por direitos iguais

Meu sangue negro que escorre no jornal

Inundou um oceano até a Pedra do Sal

Eh! Dandara!

A espada e a palavra eh!

Não vai ser escrava

Hei de ver noutras negras minas

Um baobá malê que nasceu do chão

Pra vencer a opressão

com a força da melanina

Negro é cultura e saber

Ka ri ba ti yê caminhos de sol

Por onde Otelos, Stellas e

Teresas de Benguela

Se fazem farol

Pra iluminar alafins

E morrer só de rir feito mil Benjamins

E cantar! Cantar! Cantar!…

A beleza retinta que veio de lá

E cantar! Cantar! Cantar!…

Pra saudar o meu orixá

Ogunhiê! Okê Arô!

Laroyê! Meu pai kaô

Tem sangue nobre de

Mandela e de Zumbi

Nas veias do povo preto do meu Tuiuti