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'Meu filho era inocente'

Dezenas de amigos e familiares de Ruan se reuniram no Dia das Mães para prestar a última homenagem ao jovem no cemitério do Caju

Família lamenta morte de Ruan Limão do Nascimento.
Família lamenta morte de Ruan Limão do Nascimento. -

'Ele era inocente, não fazia mal para ninguém", desabafou Bianca Limão, que sofreu a dor incalculável de enterrar o filho no Dia das Mães, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio. Ruan Limão do Nascimento, que tinha deficiência intelectual, foi morto com um tiro nas costas - supostamente - por PMs à paisana na Barreira do Vasco, em São Cristóvão, na sexta-feira. No velório, a mãe do jovem clamava por Justiça.

"A versão que me falaram é que ele estava na fila do salão aguardando a vez dele pra cortar o cabelo. Depois, a polícia entrou, deu um tiro nas costas dele e botou ele no porta-malas, como se meu filho fosse um bicho. Meu filho estava vivo, meu filho é inocente, não fazia mal pra ninguém, era querido, tranquilo. Ele tinha as doideiras dele do Vasco, mas não fazia mal pra ninguém", disse Bianca, que relembrou os últimos momentos com o filho:

"Ele tinha muitos amigos, era querido por todos. Vascaíno doente, ninguém podia falar mal do time dele. Nos últimos momentos antes de tudo acontecer, ele tinha dito assim: 'Tenho que ir no salão pra cortar o cabelo pra ficar bonito pro teu dia, o Dia das Mães'. Perguntei o que iria me dar [de presente] e ele respondeu: 'Eu'".

Com uma camisa estampada com as fotos dos quatro filhos e dois netos, e com os dizeres 'Feliz Dia das Mãevó', a mãe de Ruan espera que os envolvidos no caso sejam responsabilizados pelo crime. Segundo ela, nenhum dinheiro vai apagar a dor que está sentindo.

"Espero que façam um bom trabalho e que coloquem os verdadeiros culpados atrás das grades. É isso que eu quero, todos eles presos. Não quero um cala boca, eu quero a justiça seja feita", pediu.