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Defensora pública acusada de injúria racial falta depoimento pela terceira vez em duas semanas

Defesa de Cláudia Alvarim Barrozo alegou que ela apresentou problemas de saúde

Defensora pública aposentada é investigada após chamar entregadores de 'macacos'
Defensora pública aposentada é investigada após chamar entregadores de 'macacos' -
Rio - Intimada pela terceira vez, a defensora pública aposentada, que agrediu verbalmente com injúrias raciais dois entregadores em um condomínio de luxo em Itaipu, na Região Ocêanica de Niterói, faltou ao depoimento na manhã desta sexta-feira (13). De acordo com a defesa de Cláudia Alvarim Barrozo, a mulher teria faltado por conta de problemas de saúde.

Cláudia já deixou de prestar esclarecimentos sobre as acusações outras duas vezes, nas duas últimas semanas, quando foi intimada pelo delegado responsável pelo caso, Carlos César Santos. A primeira vez ocorreu no dia 5 de maio, dias após o boletim de ocorrência ser registrado. Na ocasião, a defensora alegou estar com problemas pessoais e que prestaria depoimento na semana seguinte.

Já nesta semana, na última terça-feira (10), a mulher foi intimada mais uma vez, porém, também não compareceu e não explicou o motivo da nova falta. Com isso, o delegado a intimou novamente para comparecer à 81ªDP (Itaipu), na manhã desta sexta. Desta vez, o advogado da mulher informou, de acordo com Carlos César, que ela está muito abalada e precisou ser medicada. Por este motivo, não irá comparecer para prestar declarações. A defesa da acusada também disse que iria apresentar aos investigadores comprovantes médicos do estado de saúde da acusada.

Agora, Cláudia tem até o início do mês de junho, quando completam 30 dias do caso registrado e prazo final para a finalização do inquérito, para contar na delegacia a sua versão dos fatos.

Até o momento, as investigações contam com os depoimentos das duas vítimas, Jonathas Souza e Eduardo Peçanha, ambos de 31 anos, o vídeo gravado por um deles e as imagens das câmeras dos condomínios, que serão usadas para confrontar o vídeo das vítimas e excluir qualquer hipótese de edições de imagens.

Acusada já possui anotações criminais por injúria racial

Cláudia Alvarim tem outras quatro anotações criminais, como autora, sendo três por injúria racial e uma por lesão corporal. Segundo o delegado, com o andamento das investigações, ela pode pegar até três anos de prisão somente por esse caso, já os outros quatro seguem na Justiça.

"A pena desse crime é de um a três anos de prisão. Casos de preconceito hoje em dias estão mais comuns do que a gente imagina, porque as pessoas estão denunciando, estão falando", explicou durante entrevista na última terça.

O caso

No dia 30 de abril, os dois entregadores, Jonathas Souza e Eduardo Peçanha foram até um condomínio no bairro Itaipu, em Niterói, para realizar uma entrega de encomendas. Um pouco depois, ao ver o carro das vítimas estacionado próximo a sua garagem, a mulher começou a agredi-los verbalmente.

Na ocasião, Cláudia chegou a atirar pedras e latas de refrigerante contra o veículo. A cena foi gravada em um vídeo, que viralizou nas redes sociais, por uma das vítimas. Além de xingá-los, a mulher questionou se eles sabiam "quem ela era" e o que ela "poderia fazer".