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Fardas no ferro-velho

Uniformes de fuzileiros navais foram achados ontem, dia em que policial foi sepultado, na Zona Oeste

Policia - Sepultamento do Policial Civil, Renato Couto Mendonça, morto por militares da Marinha, no cemiterio Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio. Na foto, mae beija o caixao do filho.
Policia - Sepultamento do Policial Civil, Renato Couto Mendonça, morto por militares da Marinha, no cemiterio Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio. Na foto, mae beija o caixao do filho. -

Fardas de fuzileiros navais foram encontradas na manhã de ontem durante uma ação de limpeza no ferro-velho que pertence aos envolvidos na morte do papiloscopista da Polícia Civil, Renato Couto de Mendonça, de 41 anos, na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio. O local, que fica na Avenida Oswaldo Aranha, entre o prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e a Escola Nacional do Circo, era administrado pelo sargento da Marinha do Brasil, Bruno Santos de Lima, e seu pai, Lourival Ferreira de Lima. Ambos foram presos e indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A ação da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) conta com o apoio da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e da 18ª DP (Praça da Bandeira). No local, foram encontrados ainda diversas caixas de som, ventiladores, aspiradores de pó, calotas de pneus de carros, botijão de gás, diversas cadeiras e mesas, e até mesmo estátuas de santos católicos. Os agentes ainda retiraram do espaço uma kombi branca e um caminhão cinza. A suspeita é de que o segundo automóvel seja da Marinha, já que é parecido com os utilizados pela instituição.

De acordo com o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, o ferro-velho clandestino foi alvo de uma fiscalização em 25 de janeiro deste ano e, na ocasião, foram apreendidos materiais da Comlurb. À época, Bruno e Lourival chegaram a ser conduzidos para a delegacia, para a apuração de crimes de furto e receptação. Entretanto, o local não foi demolido, já que, segundo o titular da Seop, o espaço seria ligado à SuperVia e a administração municipal não poderia interferir em terrenos de outros órgãos.