'O corpo do meu filho foi fuzilado'

Sob forte comoção, familiares e amigos de Fabrício dos Santos Silva, 24 anos, se despediram do jogador do time de futebol amador São Caetano, na tarde de ontem, no cemitério do Caju, Zona Portuária do Rio. Testemunhas afirmaram que, por ele ser morador de Manguinhos, área do Comando Vermelho (CV), foi morto na madrugada de sábado, ao entrar no Morro do Cruz, na Tijuca, região de atuação do Terceiro Comando Puro (TCP). Sueli Santos, mãe da vítima, irá depor hoje na Delegacia de Homicídios.

No velório, Sueli desabafou sobre a morte do filho, que também era ajudante de cozinha em fábrica de salgados em Bonsucesso. "O corpo dele foi fuzilado. Muito tiro. Meu filho não tinha nenhum envolvimento com o crime. Ele estava trabalhando de carteira assinada e andava até com contracheque no bolso, porque tinha medo. Sempre quando era abordado, por ser negro também, ele mostrava o documento. Ele era uma pessoa muito boa. Estou tentando chorar, mas não estou conseguindo. Minha ficha ainda não está caindo que meu filho está ali no caixão parecendo até uma peneira. Agora eu só quero saber o que aconteceu".