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Bar no alto do Pavão-Pavãozinho é uma boa opção para quem quer aproveitar a vista panorâmica

Local, que era um lixão a céu aberto, recebe turistas e moradores de todo lugar do Rio. Restaurante terá um cardápio especial para o Dia dos Namorados

A vista panorâmica tem atraído turistas de todos os lugares
A vista panorâmica tem atraído turistas de todos os lugares -
Rio - O romance está no ar: uma estreita subida dá acesso a uma das vistas panorâmicas mais bonitas do Rio de Janeiro, sendo uma boa pedida para quem quer conhecer algo novo no Dia dos Namorados. Com objetos coloridos reciclados e flores de diversos tipos, o Bar do Jardim, no alto da comunidade do Pavão Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul do Rio, é um espaço que está atraindo diversos públicos. Neste domingo (12), doses duplas e comidas especiais estarão no cardápio do estabelecimento, que já foi um grande lixão a céu aberto. Hoje, o local feito 100% de material reciclado, é referência turística e já tem mais de oito mil seguidores nas redes sociais.

O proprietário Júlio César, de 32 anos, era vigilante e morava em Cordovil, na comunidade Cidade Alta, antes de chegar no Pavão-Pavãozinho. Ele afirmou que se encantou com o morro, a localização e a vista lá de cima, no entanto, antes de ser um jardim bem cuidado, o local estava longe de ser "instagramável" como é hoje. "A galera fazia descarte irregular de lixo aqui. Tinha de tudo, entulho, geladeira, fogão, bicho morto, entre outros. Quando não ficava parado aqui, era jogado na encosta. Vai fazer nove anos que estou fazendo esse trabalho de reciclagem. Tomei amor por aqui e eu nem sou daqui", disse. "O lixo da Zona Sul, em geral, é muito rico, os moradores jogam tudo fora. Galera fala de crise, que está difícil, mas nunca se fez tanta obra e se comprou tanta coisa como agora. Eles compram e jogam fora. Então é um lixo que parece novo e dá para aproveitar bem", explicou.

Foi vendo as crianças soltando pipa que Júlio se inspirou e mudou o ambiente. "Um dia eu pensei: um local desse, com vista bonita, não tinha como contemplar antes porque era só lixo e barranco. Tinha gente que nem deixava suas crianças frequentar aqui, para não ter risco de cair", explicou. Ele contou que pensou, depois de arrumar o jardim, em criar um bar feito de lixo. "Tem geladeira velha, televisão quebrada, balde, caixas de cerveja, telha, madeira. A gente lavou tudo para usar. Aqui tem muita coisa. Aprendi a fazer tudo na marra, passava boa parte do horário de almoço assistindo vídeo de como mexer com furadeira, com fiação, buscava saber com quem já sabia. A comunidade foi uma grande escola", concluiu.

Naquele local, há alguns anos, tinha muita casa, segundo moradores da comunidade. "O Brizola demoliu por ser área de risco e cedeu um apartamento para o pessoal lá embaixo. Por isso o terreno ficou aberto. Tudo de ruim era jogado aqui e depois que eu soube da história, comecei a executar esse trabalho. Eu não tinha ferramenta nenhuma, nada. Comecei do zero", declarou.

Algumas questões foram latentes no início do funcionamento do bar, como o vento, porém, três anos depois, o Jardim só cresceu. "Pessoal começou a conhecer porque é um espaço turístico, né? Muito gringo passou a frequentar e se tornou referência na comunidade principalmente. Quem ainda não veio, mas já ouviu falar, espera uma oportunidade para conhecer", pontuou. O bar é comandado por Júlio e sua esposa, eles fazem tudo, petiscos, servem drinks, fazem faxina, atendem clientes. "Por enquanto, somos só nós dois. Ainda não temos dinheiro para contratar uma equipe grande, mas um dia a gente chega lá", finalizou.
A vista panorâmica tem atraído turistas de todos os lugares Divulgação
Bar é feito 100% de material reciclável Divulgação
Local era um lixão a céu aberto Divulgação
Júlio primeiro fez um jardim e depois teve a ideia de abrir o bar Divulgação

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