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Leniel diz que Jairinho quer atrasar processo para obter habeas corpus e fugir do país

Em sua última audiência, Jairinho não quis responder as perguntas e pediu acesso a outras provas e documentos

Leniel Borel, pai de Henry, teme que Jairinho não fale durante interrogatório pela segunda vez
Leniel Borel, pai de Henry, teme que Jairinho não fale durante interrogatório pela segunda vez -
Rio - O pai de menino Henry Borel, Leniel Borel, chegou cedo ao Tribunal de Justiça na manhã desta segunda-feira acompanhado do assistente de acusação Cristiano Medina. Os dois temem que o ex-vereador tome como estratégia protelar o processo. Leniel acredita que Jairinho possa tentar deixar a prisão e fugir do país.

O ex-vereador será finalmente interrogado nesta segunda-feira. Em sua última audiência no banco dos réus, Jairinho não quis responder as perguntas e pediu acesso a outras provas e documentos, como laudos médicos.

"São 1 ano e 3 meses que eu luto todo dia para saber a verdade o que aconteceu com Henry. Eu esperei que na audiência, a Monique falasse, lutasse por Justiça. Mas, de uma maneira dissimulada, nas 12 horas que ela ficou lá, ela fala que só Deus, Jairo ou Henry poderiam falar o que aconteceu. Já que Deus fala comigo no meu coração, Henry não está aqui para contar essa história, e o Jairo é a única pessoa que possa falar. Espero muito que Jairo fale. Isso é o Leniel pai falando. Mas, o Leniel cidadão, que acompanha o caso, pelo que se tem desenhado o Jairo não vai falar. Vai desmaiar, vai falar, que está passando mal, vai chorar, porque estão tentando medidas protelatórias, tentando com inúmeros habeas corpus colocar Jairo pra casa e ele fugir do país", afirmou Leniel.

O assistente de acusação, Cristiano Medina, reforçou que vai tentar evitar que a defesa de Jairo tente adiar o desfecho do processo. "A defesa (de Jairo) está anunciando desde a última audiência de que não tem interesse em terminar hoje a instrução. Eles estão tentando eternizar o processo. Isso não é exercício de ampla defesa e contraditório. Junto ao MP vou estar intervindo para que termine a instrução hoje e ele seja pronunciado (levado ao júri popular)", afirmou o assistente de acusação ao lado de Leniel.

Em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, cerca de vinte pessoas, em sua maioria mulheres, estendem faixas e gritam palavras de ordem com pedidos de Justiça por Henry. O grupo contra a violência denominado Nave veio de São Paulo pressionar para o julgamento do caso. As mulheres, que tem em comum terem sofrido violência no seio de sua família, pedem júri popular para o casal e dizem "Monique não nos representa".

Lucilene de Santana é fundadora do grupo de apoio contra a violência e feminicídio Nave, que tem mais de dez anos. Ela conta que a partir da perda de seu tio por um erro médico, decidiu articular um grupo de apoio a famílias. "O grupo tem familiares de vítimas em todo o Brasil. Conforme vem a necessidade da família, tentamos ajudar a todos. A gente sente a necessidade de ter um lugar de apoio.
A irmã de Jairinho, Thalita Fernandes Santos, compareceu ao tribunal para acompanhar o interrogatório do irmão. Ela foi amparada por familiares porque não queria ser fotografada pela imprensa.
Leniel Borel, pai de Henry, teme que Jairinho não fale durante interrogatório pela segunda vez Sandro Vox/Agência O Dia
Familiares e amigos fazem protesto na porta Tribunal de Justiça por Henry Borel Sandro Vox/Agência O Dia
Leniel Borel, pai de Henry, teme que Jairinho não fale durante interrogatório pela segunda vez Sandro Vox/Agência O Dia