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Prédio atingido por caixa d'água em Santa Cruz é interditado pela Defesa Civil

Prefeito Eduardo Paes vai prestar assistência aos moradores do edifício atingido. Interdição foi feita de maneira preventiva

O peso da água teria feio a caixa d'água dobrar e tombar, atingindo um dos prédios do condomínio
O peso da água teria feio a caixa d'água dobrar e tombar, atingindo um dos prédios do condomínio -
Rio - A Defesa Civil interditou todos os apartamentos do bloco 8 do Condomínio Leme II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, após o prédio ser atingido por uma caixa d'água que quebrou e tombou na manhã desta quarta-feira (15). O acidente deixou uma pessoa ferida com os estilhaços. O conjunto de edifícios faz parte do Programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal.

De acordo com o órgão, técnicos da Defesa Civil e agentes da Guarda Municipal permanecerão no local para garantir a segurança do imóvel. O prédio é constituído por 20 apartamentos. Ainda não há informações sobre risco de desabamento.

Em entrevista ao 'RJTV', da TV Globo, o prefeito Eduardo Paes prometeu assistência a todos os moradores que foram prejudicados pelo acidente e interdição do bloco.

"A gente já vai ver as famílias que moram nesse prédio aqui, para acolhê-los enquanto não se faz nenhuma intervenção no prédio. Eu já acionei pessoalmente a construtora que fez esse prédio, a responsabilidade é deles, se eles não assumirem essa responsabilidade, a prefeitura vai agir, mas eles vão ter que assumir sua responsabilidade. Até porque uma é empresa séria, até que me prove o contrário, e que faz muita coisa aqui no Rio. Então a gente espera que eles assumam a responsabilidade deles, recuperem isso de maneira adequada", disse.

Segundo a Subprefeitura da Zona Oeste, 18 famílias moram no prédio, localizado na Estrada Aterro do Leme, no bairro Jesuítas. Ao todo, 58 pessoas ficaram desabrigadas com o incidente e serão assistidas pela Prefeitura com o aluguel social até que o local seja recuperado. Ainda segundo a Subprefeitura, a construtora Direcional, responsável pelo condomínio, foi acionada e fará os reparos necessários, tanto na caixa d'água, quanto no bloco atingido.

O síndico do prédio, Ilmo Pereira, também em entrevista ao 'RJTV', afirmou que a manutenção do reservatório estava em dia e o acidente ocorreu devido ao peso do objeto. "Não estava danificado, na verdade, ele não cedeu. Como tem dois compartimentos e água não vai para cima, a parte de cima é mais pesada, a parte de cima quebrou, dobrou no meio e veio cair por que dobrou no meio. A questão foi essa, não dano na caixa, nem nada disso, foi o excesso de peso".
O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do Rio de Janeiro (ABES/RJ), Miguel Fernández, falou sobre a gravidade do acidente ocorrido no condomínio. "Esse episódio da queda do Castelo de Água no conjunto habitacional em Santa Cruz, é um episódio grave, que por sorte não teve consequências fatais ou mais sérias, mas um episódio muito grave, porque é uma estrutura de tamanho significante, de grandes dimensões, tombando de forma que não deveria ocorrer. Então, graças a Deus, não houve nenhuma vítima fatal, a vítima que teve, parece que foram escoriações mais leves, mas não podemos tratar como episódio que se encerra em si, é um episódio que precisa ser investigado, periciado, pra se entender quais foram os reais motivos que levaram a esse colapso da estrutura".
De acordo com ele, é necessário que haja uma perícia no local e em outros condomínios construídos pela mesma empresa, para que seja estudado se o tombamento do reservatório em Santa Cruz foi um colapso atípico ou se é um problema sistêmico nos empreendimentos da construtora.

"Precisa primeiro ser feita a perícia para se analisar a reais consequências que levaram a esse colapso. Se é um erro de projeto, se é um erro de execução ou se foi um erro de manutenção ou alguma intervenção posterior realiza pelos moradores locais. Então é muito importante primeiro se entender o que levou a este colapso. Em segundo momento, é importante que os órgãos de fiscalização, como Conselho Profissional de Engenharia, façam a sua atuação de identificar quem são as pessoas técnicas por essa obra. E acionar quais foram as outras obras que eles realizaram de infraestrutura semelhante. Porque se se for um erro de projeto ou se for um erro de execução, levantado pela perícia, isso pode ser sim um problema sistêmico qui se repete em outras obras".

A Caixa Econômica Federal, responsável pelo empreendimento, informou que o Residencial Aterrado do Leme II, contratado no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, foi construído e entregue pela Direcional Engenharia, em fevereiro de 2014. O banco também disse que acionou a construtora para adotar as medidas emergenciais necessárias, bem como enviou equipe técnica própria para verificação e acompanhamento da situação.
A Caixa ainda destacou que, na condição de representante do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), acompanha a solução adotada para apoio imediato aos moradores do empreendimento e a identificação das causas do ocorrido.

De acordo com a Direcional Construtora, responsável pela construção do prédio, assim que foram informados da situação com a queda de um equipamento sobre uma edificação construída pela empresa, a companhia enviou equipes ao local. A empresa também destacou que independentemente das responsabilidades de manutenção envolvendo o empreendimento, entregue há cerca de oito anos e com carência encerrada em 2019, está prestando assistência aos moradores e realizando avaliações técnicas sobre o prédio atingido. A caixa d'água, fabricada por empresa terceira, passará por perícia técnica e a causa do problema está sendo investigada.
O caso foi registrado na 36ª DP (Santa Cruz), que realizará diligências para esclarecer os fatos. Uma perícia deve ser realizada no local e o síndico do condomínio será chamado para prestar esclarecimentos.