Polícia faz buscas em endereços ligados a estudante da UniRio suspeito de fazer ameaças

Universidade suspendeu as atividades no campus da Urca

Campus da Unirio na Avenida Pasteur, 458, no bairro da Urca, onde estuda aluno apontado como autor das ameaças
Campus da Unirio na Avenida Pasteur, 458, no bairro da Urca, onde estuda aluno apontado como autor das ameaças -
Rio - A Polícia Civil realizou uma operação, nesta terça-feira (21), para o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, tendo como alvo endereços ligados ao estudante da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) que ameaçou, nas redes sociais, fazer ataques contra alunos do campus da faculdade, na Urca, na Zona Sul.

De acordo com a corporação, o objetivo da ação é buscar elementos que contribuam com a investigação instaurada para apurar as ameaças. Os mandados foram obtidos, na última madrugada, no Plantão Judiciário da Capital, e estão sendo cumpridos no Rio e município de Teresópolis, na Região Serrana.

Desde segunda-feira (20), a UniRio suspendeu todas as atividades no campi da Urca, localizado na Avenida Pasteur, 258, em decorrência das ameaças, para garantir a segurança da intuição. Na unidade, funciona o Centro do Ciências Exatas e Tecnologia (CCET), o Centro de Letras e Artes (CLA), o Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCH) e o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). Um aluno do curso de Sistemas de Informação, do CCET, é suspeito de promover ameaças de ataques à universidade. Já no campus de Ciências Biomédicas, na Rua Frei Caneca, no Centro, o policiamento foi reforçado. O funcionamento, no entanto, foi normal nesta terça.

Uma aluna do curso de pedagogia, que preferiu não se identificar, contou que soube do ocorrido através de uma página da rede social, antes mesmo da instituição tomar conhecimento do caso. "Tem uma página no Instagram não oficial chamada Spotted Unirio, onde os alunos mandam flertes, informações, falam de outros alunos de forma anônima, essas coisas. No domingo a tarde eles postaram sobre esse aluno. Foi assim que estourou a bomba", contou. Segundo ela, a publicação causou pânico em muitos alunos, que não sabiam o que poderia acontecer.

"Ficou todo mundo desesperado. Um caos total. Em vista dos últimos acontecimentos, atentados parecidos em escolas, a gente não duvidou que ele pudesse realmente fazer isso", relatou.

A universitária disse ainda não se sente totalmente à vontade em voltar a frequentar as aulas presenciais. "A gente tá com medo de toda a repercussão q isso tá tendo e da reação que ele pode vir a ter, mas ele sendo expulso ou não, não faz diferença até porque a universidade é pública e todos podem ter acesso. De qualquer forma, se ele quiser mesmo realizar esse atentado, ele vai fazer hoje ou, sei lá, ano que vem", disse.

De acordo com a estudante, um aviso contendo informações sobre a volta às aulas e o destino do acusado das ameaças foi disponibilizado para os alunos. "A família do discente já foi contactada. O pai o levou para Minas Gerais. Ele já se apresentou às autoridades de segurança, e a partir da intervenção do pai, tais autoridades afirmaram que ele não é mais propriamente uma ameaça à instituição. A partir disso, deverá sair ainda hoje uma nota no site oficial da instituição indicando a retomada das atividades presenciais a partir de amanhã."
Já um outro aluno, que também não quis se identificar, contou que, apesar de ter se preocupado, já se sente seguro para voltar à universidade. Além disso, espera que o jovem apontado como autor das ameaças tenha apoio psicológico após o ocorrido. "Eu fiquei preocupado, principalmente porque já vi casos parecidos através das mídias. Eu me seguro para voltar e, no caso, sinto que tem que dar apoio psicológico a essa pessoa pois com certeza ela precisa de ajuda. Acredito que, caso os órgãos competentes tenham tratado corretamente, o caso esteja resolvido".
Procurada, a UniRio informou que foi determinada a abertura de um procedimento disciplinar contra o aluno, para que o mesmo tenha direito a defesa. Sobre o retorno das atividades, a instituição não respondeu aos questionamentos.

O caso foi registrado na 10ª DP (Botafogo).