‘Ela não é mais minha mãe’, diz filha de mulher suspeita de envenenar enteados

Cíntia Mariano está na prisão pela morte de Fernanda Cabral, de 22 anos, em março deste ano

Cíntia Mariano, madrasta acusada de matar enteada envenenada
Cíntia Mariano, madrasta acusada de matar enteada envenenada -
Rio - A filha de Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos, suspeita de envenenar dois enteados e matar um deles em março deste ano, falou pela primeira vez nesta quarta-feira (6) à TV Globo. Ela, que não quis ser identificada, relatou que não a visitou e nem pretende visitá-la na prisão. Além disso, citou que não considera a criminosa como sua mãe.
"Pra mim, ela não é mais minha mãe. Eu vou seguir, é uma coisa que só o tempo vai ajeitando. Estou tentando voltar a minha rotina", disse.
Ela continua relatando que sente raiva de Cíntia: "Sinto muita raiva, decidi falar hoje, não tinha falado com ninguém. Eu estava realmente esperando o laudo, mesmo sabendo, a gente fica esperando uma confirmação (do envenenamento)".
Laudo confirma que jovem morreu envenenada por madrasta
O laudo cadavérico elaborado a partir de amostras do corpo da estudante Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, apontou que a causa da morte foi por envenenamento. A madrasta, Cíntia Mariano, que está presa temporariamente, é a principal suspeita de ter cometido o crime. O documento foi divulgado nesta quarta-feira (6).
O delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), que comanda as investigações, falou sobre a nova prova contra a madrasta. "Quando se faz a análise do prontuário médico da da Fernanda, um prontuário de 172 páginas, nota-se mais de dez menções feitas por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, há um diagnóstico de intoxicação exógena. É uma peça importante, quiçá talvez a mais importante de toda essa investigação que comprova que sim, de fato, Cintia envenenou Fernanda", disse.
A análise toxicológica, feita no corpo da jovem, exumado em maio, não detectou a presença de uma substância tóxica "compatível com os padrões de referência utilizados", devido ao tempo da morte. Porém, o Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP) fez uma outra análise, com base nos dados médicos do prontuário médico de Fernanda.