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Famílias destruídas por feminicídios

Parentes e amigos se despedem de vítimas e exigem justiça, além do fim da impunidade

'Preferia morrer a ver a morte dos meus filhos". O desabafo é de Lucimara Dias, mãe de Yzabelli de Oliveira, 18, encontrada morta às margens de uma estrada em Maricá, na última terça-feira. Uma das várias vítimas de feminicídio no Rio nesta semana, ela foi enterrada ontem em São Gonçalo.

Aos gritos, a mãe afirmou não saber como continuar vivendo. O pai chegou a ficar, sozinho, diante da lápide de Yzabelli após o enterro. "Sou uma mulher digna, trabalhadora. Todo mundo sabe da minha trajetória com os meus filhos. Se for preciso, eu dou a minha vida pela deles. Ela não merecia isso, eu não merecia isso", lamentou Lucimara.

A mãe da vítima também implorou por justiça e, indignada, contou que a filha ia comemorar 19 anos nas próximos semanas.

Morta pelo ex no AP

Ontem também foi enterrado o corpo de Sarah Jersey Nazareth Pereira, de 23 anos, no Catumbi. Ela foi assassinada a tiros pelo ex-namorado dentro de um apartamento na Rua Tadeu Kosciusko, no Centro do Rio. A família dela não quis dar entrevistas no cemitério.

O crime ocorreu na terça-feira e, segundo o morador de um prédio em frente, que preferiu não se identificar, foi possível ouvir mais de 16 tiros durante a madrugada. Queven da Silva e Silva, de 26 anos, confessou ter assassinado a ex-namorada e foi preso no fim da manhã de terça-feira. Ele já tinha 47 passagens na polícia.