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Rogério de Andrade: confira bilhete com supostas propinas a delegacias

Documento foi apreendido na casa onde ele estava com o filho, também preso. Bicheiro pretendia expandir ações para sites de futebol, segundo promotores

Documento com suposto pagamento de propina encontrado na casa de Rogério de Andrade
Documento com suposto pagamento de propina encontrado na casa de Rogério de Andrade -
Rio - Uma folha de caderno com anotações em caneta que indicariam suposto pagamento de propinas a delegacias da Polícia Civil, de acordo com o Ministério Público, reforçou a decretação da prisão preventiva de Rogério de Andrade, ocorrida na tarde desta quinta-feira, dia 3. O documento, apreendido durante busca e apreensão horas antes apontaria que o bicheiro continuou os seus esquemas ilícitos mesmo após a deflagração da Operação Calígula, que em maio descortinou a relação dos jogos de azar e agentes públicos. 
O papel foi apreendido durante a prisão do seu filho, Gustavo de Andrade e Silva, em Petrópolis, na manhã desta quinta-feira; Andrade também estava no local e foi conduzido para a sede da Polícia Federal, onde recebeu voz de prisão. Na folha, apresentada à Justiça com o pedido da prisão, está escrito: "Xiquinho passou que a Deac Centro (Delegacia de Acervo Cartorário), Deac, Especializadas e Deam Centro (Delegacia de Atendimento à Mulher), querem o retorno da merenda delas (tinha parado a pedido das próprias unidades)". 
Xiquinho, segundo o MP, seria um homem subordinado a Rogério; merenda seria gíria para propinas. 
O juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ºVara Especializada em Crime Organizado, apontou que, no mesmo documento, "consta uma suposta prestação de contas das atividades, em tese, criminosas do grupo que, segundo a presente ação penal, seria liderada por Rogério de Andrade. Citem-se os trechos: "Faltam vir os envelopes do Paraíba e do Primo para junho- e faltou primo mês de julho-junho (...)". 
Outro documento apreendido, relativo ao mês de junho, mostraria que Andrade estaria tentando a expansão das ações para a exploração de sites de apostas de futebol. 
Em nota, a Polícia Civil afirmou que aguarda "a comunicação a respeito pelos órgãos oficiais para as medidas cabíveis, e é importante informar que a DH da Polícia Civil, que pediu a prisão do Rogério no homicídio do Fernando Iggnácio e que outros contraventores também tiveram a prisão solicitada pela DH".