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Agressor de idosa e motorista de aplicativo é investigado

Iraci da Silva, 62 anos, foi agredida a socos e ficou com vários hematomas pelo rosto

A idosa ficou com vários hematomas pelo rosto
A idosa ficou com vários hematomas pelo rosto -
Rio- A Polícia Civil investiga um homem, identificado como Jorge Tavares, por agredir uma idosa de 62 anos e um motorista de aplicativo durante uma briga de trânsito no Engenho Novo, na Zona Norte. O caso aconteceu no dia 5 de agosto na Rua Vinte e Quatro de Maio. Mas o agressor só foi identificado pela polícia nesta quarta (17).

A idosa, Iraci da Silva, ficou com vários hematomas pelo rosto e precisou ser socorrida pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. De acordo com a vítima, Jorge começou a agredi-la quando percebeu que ela estava filmando a situação.

Nas imagens, o agressor aparece dando vários socos no motorista de aplicativo Sérgio Pacheco e em seguida corre atrás de Iraci para tentar impedir a filmagem.

"Eu estava com meu sobrinho dentro do carro do senhor Sérgio, quando ele disse: 'olha, olha, olha'. Foi tudo muito rápido e do nada o Jorge já estava vindo para cima dele [ Sérgio]. O Jorge chegou a entrar no carro e tirar a chave do veículo. Quando Sérgio decidiu chamar a polícia, ele começou as agressões e tomou o telefone dele. Foi então que eu decidi começar a filmar”, explicou.


Iraci contou detalhes do momento em que levou um soco do agressor e chegou a cair no chão. Ela disse ainda que ele nega as agressões.

“Quando ele percebeu que comecei a filmar, ele veio para cima de mim mandando eu entregar o telefone. Mas eu recusei e comecei a correr, isso até é filmado por mim. Depois eu tento voltar para o carro, para buscar meu sobrinho e ele tenta mais uma vez tomar meu telefone. Eu tento reagir e ele me dá um soco que me faz cair no chão. O pior é que ele teve a coragem de dizer que eu que dei o soco nele. Ele disse que me empurrou e eu caí. Mas como que eu só caí e estou com todos esses ferimentos no rosto?”, questionou.

A vítima ainda relatou descontrole por parte do agressor e disse também que ele fugiu do local antes da chegada da Polícia Militar.

"Ele estava completamente descontrolado, agressivo e eu jamais imaginava que uma pessoa pudesse tomar uma atitude contra uma pessoa idosa. Algumas pessoas que passavam pelo local conseguiram anotar a placa, por isso que ele foi localizado. Outra coisa foi que ele também ficou com o celular do Sérgio, o que também ajudou a achar ele"

Em relação aos hematomas, Iraci informou que passou a sentir dificuldade de enxergar do lado esquerdo.

"Eu fiquei com os olhos fechados, inchados, todo roxo e agora os hematomas estão se espalhando para o meu pescoço. Eu fiz uma tomografia primeiro que não tinha acusado nada, mas agora a doutora pediu outro lado que apontou uma fratura. Também estou vendo embaçadas as coisas desse lado onde levei o soco. Estou com dificuldade de enxergar desse lado esquerdo".

A idosa comentou ainda que não voltou para casa por medo de que o motorista agressor fosse procurá-la. "Ficamos preocupados porque ele estava com o telefone do e lá tinha as informações da corrida, então achei que ele poderia ir lá tirar alguma satisfação depois de saber que registrei o caso. Por isso estou passando um tempo na casa da minha irmã", comentou.

O advogado de Iraci, Alexandre Pires, relata que os fatos são claros e incontestáveis. Em nota, ele informa que deveria ser solicitada a prisão preventiva do agressor. “Sustenta, que o réu revela personalidade agressiva e perigosa. Que os atos praticados pelo mesmo, podem superar penas superiores ao patamar de oito anos de reclusão. Que confia na representação pela prisão preventiva do mesmo, eis que presentes os requisitos legais, sobretudo, por tratar se de delito cometido contra pessoa idosa e indefesa", disse.

O que diz o motorista de aplicativo

O motorista de aplicativo Sérgio Pacheco informou que a discussão iniciou após o agressor avançar um sinal vermelho.

"Ele avançou o sinal na Rua Vinte e Quatro de Maio pelo cantinho da Barão. Eu estava na Rua Vinte e Quatro de Maio entre um ônibus e ele. Eu tentei tirar do ônibus e avancei. Mas quando eu avancei ele acelerou o carro dele e pegou no meu para-choque traseiro e mais a frente ele me fechou. Quando ele me fechou, ele desceu do carro dele todo alterado e eu também desci. Ele começou a me xingar de vários nomes e aí eu falei para ele: 'cara, você tem que assumir que você avançou o sinal e estava errado'. Ele começou a gritar comigo e dizer que eu era safado, falando para eu assumir que estava mentindo e começou a me agredir. Me deu três socos e eu consegui me defender", disse.
Sérgio disse ainda como fez para pedir ajuda e que Jorge acabou fugindo do local. "Eu corri porque avistei um policial no Buraco do Padre. Na corrida meu celular e minha chave caíram, e ele pegou. Eu fui lá para chamar os PMs, mas eles disseram que não podiam abandonar o posto porque estavam aguardando rendimento. Quando a outra viatura chegou, eles foram até o local, mas o cara já não estava mais lá. Só acharam a senhora agredida, com a cara deformada", finalizou.

De acordo com a 25ª DP (Engenho Novo), que investiga o caso, um inquérito foi instaurado para apurar os crimes de roubo e de lesão corporal. A investigação está em andamento.