Inteligência contra vans piratas

Na Avenida Brasil, em horário de pico, um homem anuncia a passagem de uma van até Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias: R$ 5. O veículo não tem autorização para o transporte intermunicipal e, em caso de acidente, não há garantia de seguro para os passageiros. Além disso, para fugir das fiscalizações do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro), alguns motoristas cortam o caminho por áreas dominadas por milicianos. É o que aponta levantamento do órgão, que somente em julho aplicou 225 multas.

Se depender só do Detro, a ilegalidade está prestes a acabar. "Criamos um núcleo de inteligência no início do ano que passou a anotar as placas dos motoristas que fugiam das fiscalizações e já identificamos vários. Alguns fugiam para áreas de milícias, o que aponta um vínculo de autorização", afirmou o presidente do órgão, delegado William Pena Júnior.

Antes de assumir, o delegado comandava a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), onde participou da Força-Tarefa de combate às milícias. Após trabalho de inteligência, de janeiro a julho, 56 veículos particulares faziam irregularmente o transporte de passageiros e que fugiram das blitz tiveram as placas identificadas.

O número é o mesmo do total de 2021, ou seja, a identificação foi aprimorada. As fugas neste ano foram em Nova Iguaçu, Rio, Magé, Itaguaí, Duque de Caxias, São Gonçalo, Itaboraí e Cachoeiras de Macacu.