Rio - "Ela estava muito feliz, pois estava conseguindo reformar a casa junto com o marido. Essa tragédia destruiu tudo". O relato é de Leonardo Fischer, advogado e patrão de Luzia Mendes, doméstica morta após ser atingida por um galho de árvore, na tarde desta terça-feira. O caso aconteceu nas esquinas das rua Macari e Carmen Miranda, no Jardim Guanabara, Ilha do Governador. O sepultamento de Luzia será realizado às 14h, no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil.
Segundo ele, a vítima, que deixou dois filhos, um de 16 anos e outro de 21, se orgulhava de ajudar a pagar as mensalidades da faculdade do mais velho, junto com o marido, Eduardo. Outro fato que a doméstica exaltava era de estar terminando uma reforma na casa em que morava, em Duque de Caxias, na Baixada.
Luzia trabalhou por dez anos em uma casa na Rua Formosa, a 10 metros do local da tragédia, porém, o patrão se mudou para os Estados Unidos e a doméstica se viu sem emprego. Leonardo, então, soube da demissão e a convidou para trabalhar em sua casa.
Segundo o advogado, a perda de Luzia, que trabalhava há alguns meses em sua casa, foi um baque para toda a família. "Eu tenho dois filhos que se apegaram muito a ela, porque fazia parte da rotina deles. Quando souberam que tinha falecido, choraram demais", lamentou.
Ele revelou, ainda, que estava a caminho do escritório quando recebeu uma ligação de um vizinho, dizendo que Luzia havia sofrido um acidente na rua. Imediatamente, ele retornou e ao chegar na rua, encontrou os bombeiros fazendo o atendimento à vitima, além de uma viatura da Polícia Civil e peritos. Quando chegou perto, viu que ela já estava sem vida.
"Espero que as autoridades competentes não fiquem jogando a responsabilidade para o outro. O que está em jogo é a continuidade dos sonhos da Luzia. Eu mesmo paguei as despesas do velório dela, porque a família está inconsolável. Vou acompanhar os desdobramentos com o jurídico das empresas para garantir uma indenização adequada para os familiares". O advogado não descarta uma ação judicial.
Procurada, a Light informou que os galhos não estavam próximos à fiação elétrica, portanto os questionamentos devem ser feitos à Prefeitura do Rio. A empresa não informou se procurou os familiares da doméstica.
Questionada por O DIA se havia realizado contato com a família da vítima, a assessoria da Subprefeitura das Ilhas não retornou aos contatos.
A Polícia Civil informou que agentes foram ao local e realizaram perícia para identificar as causas do acidente e identificar os responsáveis.