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Técnico em radiologista baleado na cabeça durante blitz no Rio é enterrado

Raphael teve morte cerebral, de acordo com a equipe médica. Ele foi atingido por um tiro de fuzil enquanto saía de um jogo do Flamengo

Velório do Radiologista Raphael Montovanelli, no Cemitério do Catumbi, neste sábado (24).
Velório do Radiologista Raphael Montovanelli, no Cemitério do Catumbi, neste sábado (24). -
Rio- O técnico de radiologia Raphael Montovaneli, de 40 anos, baleado na cabeça por um policial militar durante uma blitz na última segunda-feira (19), foi enterrado na tarde deste sábado (24), no Cemitério do Catumbi. O velório ocorreu, por volta das 9h, e cerca de 100 pessoas se reuniram para se despedir.

Raphael teve morte cerebral, de acordo com a equipe médica. Ele foi atingido por um tiro de fuzil enquanto saía de um jogo do Flamengo. Segundo a polícia, o carro em que a vítima estava como passageiro não atendeu a ordem de parada dos agentes. Já testemunhas e amigos alegam que, apesar do motorista do veículo ter acelerado, não houve ordem de parada para o carro.

O pai de Raphael, Ronaldo Montovanelli, durante o velório declarou que a família chora pela morte do seu filho. “Ele era a minha joia, eu só posso falar isso. As outras coisas vocês já sabem. Ele foi vítima de uma pessoa que não era pra estar com um fuzil na mão. Toda a família está chorando a perda de um menino feliz”, disse.


O técnico de radiologia participava da torcida “urubuzada” do Flamengo. Torcedores do time também participaram do enterro, entre eles Vladir da Silva Fonseca, que lamentou a morte do companheiro. “É a perda de um amigo que tocou o nosso coração. É covardia tirar a vida de uma pessoa assim. Mesmo que ele tenha avançado a blitz não é motivo para atirar em uma pessoa assim”, declarou.
Prisão do PM

Na última teça-feira (20) o Tribunal de Justiça do Rio determinou a prisão preventiva do policial militar Márcio Felipe dos Santos Ribeiro, 35 anos, detido em flagrante após atirar em Raphael. Na decisão, o juiz ressaltou que as testemunhas, incluindo o motorista do veículo alvejado, não perceberam nenhuma sinalização de blitz policial ou ordem de parada por parte dos agentes. Além disso, outro PM que estava na abordagem afirmou que não avistaram armas de fogo no carro nem sinais de disparos feitos de dentro do automóvel.