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Mais de 8 mil profissionais de saúde vão realizar busca ativa de crianças que não estão com calendário de vacinação em dia

Secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, reforçou a importância da vacinação para a população. No Rio, apenas 51% do público-alvo foi vacinado contra a pólio

Patricia Pereira levou o filho Lucas, de 4 anos, para se vacinar contra a poliomielite
Patricia Pereira levou o filho Lucas, de 4 anos, para se vacinar contra a poliomielite -
Rio - A Prefeitura vai mobilizar, a partir de segunda-feira (17), mais de 8 mil profissionais de saúde para realizar a busca ativa de crianças que não se vacinaram contra a poliomielite e outras doenças. Em entrevista ao DIA, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que, ao todo, 1.254 equipes de Saúde da Família vão conferir as listas de crianças cadastradas e, aquelas que não se vacinaram, receberão uma visita do agente comunitário de saúde para serem imunizadas. No Rio, apenas 51% do público-alvo foi vacinado contra a pólio.
De acordo com Soranz, 160 mil crianças estão suscetíveis a contrair a poliomielite no município porque não se vacinaram. Ele afirma ainda que a situação mais crítica é na Zona Oeste, onde há o maior número de crianças não vacinadas.
"A Prefeitura está chamando todas as crianças que completaram dois meses de idade para ir a uma Unidade de Saúde, uma Clínica de Família ou um Centro municipal de Saúde para atualizar sua caderneta de vacina e conferir se está faltando a da pólio e também todos os outros imunizantes do calendário", afirmou.
No Brasil, a poliomielite - que tem a cobertura vacinal mais crítica no município - foi erradicada há mais de 30 anos. O secretário alertou que com a baixa adesão, a doença pode voltar a circular no Rio. Segundo ele, as 260 unidades de saúde já estão preparadas para realizar a vacinação nos principais pontos da cidade.
Soranz acredita que a baixa adesão vacinal pode ter ocorrido por influência de algum movimento anti-vacina ou porque os pais não estão atentos às chamadas da imprensa das campanhas — mas reforça que ela é segura e necessária. "É um ato de proteção individual, mas também é de proteção coletiva para toda a sociedade. A vacina é segura, de fácil aplicação, pode ser feita em qualquer unidade básica de saúde do Rio de Janeiro. Agora o que a gente precisa é que os pais ou responsáveis levem as crianças para se vacinar o quanto antes", ressaltou.
De acordo com o Observatório Epidemiológico da Cidade do Rio de Janeiro, as vacinas da BCG, Rotavírus, Febre Amarela, Hepatite A, Meningo C, Pneumo 10, Poliomielite, Tetra/Pentavalente, Tríplice Viral e Varicela ainda não atingiram a meta de cobertura vacinal.
Cariocas aderem campanha de vacinação infantil neste sábado
Neste sábado (15), pais e responsáveis aderiram à campanha de vacinação e levaram seus filhos para tomarem os imunizantes contra doenças como poliomielite, covid-19 e pentavalente, em um posto de saúde na Tijuca, Zona Norte do Rio.
Patricia Pereira levou o filho Lucas, de 4 anos, para se vacinar contra a poliomielite e reforçou a importância da imunização na prevenção de doenças. "Embora algumas erradicadas, precisamos ter a consciência do papel que cada um de nós, pais e responsáveis, temos no controle dessas doenças, para que elas não voltem", explicou.
Isabel Lima, de 4 anos, foi acompanhada de sua mãe, Joana Lima, para tomar as vacinas da pentavalente, meningocócica e da poliomielite. "Vacinação é questão de saúde e prevenção. Sempre foi item sequer questionado desde que o neném nos é entregue com a cartilha. Para nós, vacinar é inquestionável e necessário", contou Joana.
"Mantenho o calendário vacinal em dia desde sempre", contou Juliana Amaral, que levou o filho Samuel, de 3 anos, para tomar a segunda dose da covid-19 e da poliomielite.
Casos de meningite no Rio até setembro superam o registrado em todo ano passado
No começo de outubro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) fez um alerta para o aumento de casos de meningite no Rio em 2022. De acordo com os dados da pasta, o estado teve uma alta de 55,5% nos diagnósticos da doença de janeiro a setembro, com 977 casos positivos de meningite, sendo 28 do tipo bacteriana meningocócica e sete mortes. 
Apesar do aumento, a SES afirmou que a variação dos casos não indica que haja um surto da doença no estado, mas reforça a importância de que pais de crianças e adolescentes levem seus filhos para se vacinar. A pasta informa que há três imunizantes disponíveis para prevenção da meningite nos postos de saúde da rede pública.