Mais Lidas

Flordelis chora e diz ser inocente: 'Eu estou na cadeia pagando por algo que não fiz'

Pastora afirma que não mandou matar Anderson do Carmo

Julgamento de Flordelis acusada de matar o marido com ajuda dos filhos
Julgamento de Flordelis acusada de matar o marido com ajuda dos filhos -
Rio - A ex-deputada federal Flordelis afirmou, em interrogatório realizado neste sábado (12) no Fórum de Niterói, que não mandou ou pensou em matar o pastor Anderson do Carmo. A réu respondeu apenas os questionamentos da defesa e dos jurados, chorou durante as perguntas e reafirmou que sofreu agressões e abusos sexuais.
A pastora passou todo o seu interrogatório, que durou cerca de 40 minutos, com a voz embargada. Segundo Flordelis, ela aceitava as agressões porque a mãe dela a ensinou assim e que deveria resolver as coisas depois. Ela ainda alegou que após as relações, ele deitava, a colocava deitada no peito dele e voltava a ser carinhoso. Segundo a pastora, Anderson chegou a enforcar ela, que desmaiou, em um dos atos.
"Ele abusou de mim, mas eu não acreditava que ele cometia em casa. Eu quero ressaltar que casei com ele sem saber que eu estava casando com todos os problemas. O meu marido só sentia prazer se me machucasse. Eu não entendia, mas eu achava que era por causa dos problemas familiares que ele tinha sofrido quando era criança", disse.
Flordelis ainda ressaltou que orava muito e conversava com o marido sobre as agressões: "Eu tinha convicção que aquilo ia passar", completou. Ela ainda contou que não falou nada sobre os abusos que sofria porque sentia vergonha.
Sobre os supostos casos de assédio com as filhas do casal, Flordelis revelou que não acreditava porque o amor pelo homem era maior do que tudo. De acordo com a pastora, Anderson sempre verificava se a roupa dela era adequada, se estava bem vestida para os compromissos do dia. Em um dos episódios, ela relatou que viu o pastor Anderson saindo do quarto de sua neta, Rayane, em Brasília, e, ao indagar, ele contou que só queria se despedir. Mas após o ocorrido, ela alega que a neta passou o dia inteiro chorando e não quis contar o que ocorreu.
A pastora acredita que o assassinato do pastor aconteceu por causa dos abusos que vinham acontecendo dentro de casa. Ela ainda ressaltou que não sabia sobre envenenamento. Segundo Flordelis, a morte de Anderson não foi organizada por ela porque o amava muito e precisava dele para continuar seu mandato como deputada federal.
"Ele era tudo para mim. Eu amava ele mais do que tudo e teve uma época que eu amei mais do que Deus. Mataram meu marido e mataram metade da Flordelis. Eu morri junto. Eu não tenho que pagar pelos erros de ninguém. Há três anos eu estou pagando por um crime que eu não cometi: ser mandante do assassinato da pessoa que eu mais amava. Eu tinha seis meses de mandato e precisava dele para que meu mandato desse certo", contou emocionada.
Perguntada por uma jurada, ela afirmou que seu choro era verdadeiro e que nunca pensou em se separar de Anderson. Flordelis encerrou sua fala em direção aos jurados alegando inocência.
"Eu só queria dizer que, em momento algum, mandei ou pensei em matar o meu marido. Eu estou na cadeia pagando por algo que não fiz. Eu amava o meu marido e eu jamais faria isso. Está sendo muito difícil a vida para mim", completou.
A pastora foi a segunda a ser interrogada neste sábado (12). O primeiro foi o seu filho afetivo André Luiz de Oliveira. A ordem dos interrogatórios segue com a neta de Flordelis, Rayane dos Santos de Oliveira.