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Cartão Alimentação é distribuído para crianças do Complexo do Alemão

Inicialmente, cerca de 740 residentes da comunidade terão direito ao vale. Objetivo da campanha Prato Cheio de Sonhos é informar sobre a crise alimentar atual

Crianças de até seis anos, residentes do Complexo do Alemão, receberam Cartão Alimentação que terá a duração de três meses
Crianças de até seis anos, residentes do Complexo do Alemão, receberam Cartão Alimentação que terá a duração de três meses -
Rio - Cerca de 740 crianças de até 6 anos do Complexo do Alemão, Zona Norte, receberam, na manhã desta terça-feira (15), um cartão alimentação com três recargas mensais de R$ 150. A campanha Prato Cheio de Sonhos, coordenada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais Econômicas (Ibase), em parceria com 12 ONGs da comunidade, terá a duração de três meses. Um dos objetivos da iniciativa é ajudar essas famílias em virtude das festas de final de ano e férias escolares, período em que muitas creches interrompem as atividades.
O evento de lançamento foi realizado às 10h desta terça-feira (15), no Centro Cultural Oca dos Curumins, com a presença de mães e responsáveis pelas crianças beneficiadas pela campanha. O objetivo do projeto é informar sobre a crise alimentar atual que atinge crianças de até seis anos, fase chamada primeira infância, e garantir recursos para que elas possam comprar alimentos de qualidade. 

Por enquanto, a iniciativa é voltada apenas para crianças que moram no Complexo do Alemão e possuem vínculo com algum projeto social. No entanto, o desejo da diretora do Ibase, Rita Corrêa Brandão, é que a ação possa ser ampliada. "Queremos ampliar a iniciativa para outras áreas onde o Ibase atua, como o Complexo do Borel, na Tijuca; e Jardim Gramacho, em Caxias", explicou. "A fome é sempre grave. Quando ocorre na primeira infância, gera também prejuízos no desenvolvimento psicomotor, menor aproveitamento escolar e uma menor capacidade produtiva na idade adulta. Isso é especialmente triste e urgente para se resolver".

Segundo o relatório do II Vigisan, elaborado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), a vulnerabilidade e a presença da fome foi maior entre as famílias com criança até seis anos de idade (21,4%), sendo esse percentual superior aos dados do Sudeste (15,3%) e de todo o Brasil (18,4%). Ou seja, a presença de menores de seis anos de idade nas famílias aumentou em 34,6% no total da insegurança alimentar grave dos domicílios avaliados para o estado do Rio de Janeiro.