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Agressão a jovem negro por pura desconfiança

Jogador de futebol diz que motorista de app bateu nele e o chamou de 'neguinho'

Um jovem negro acusa um motorista de aplicativo de racismo e agressão. O caso ocorreu durante uma corrida, na noite de quinta-feira, em Vila Isabel. Carlos Eduardo, de 18 anos, voltava para casa com uma garrafa de uísque na bolsa quando foi agredido por Matheus Fortes Esteves, que disse ter desconfiado que o rapaz seria um assaltante e estaria armado.

Segundo Carlos Eduardo, a corrida estava tranquila. Os dois, inclusive, conversavam, até que o motorista parou o carro repentinamente num sinal de trânsito. Nesse momento, Carlos diz que foi chamado de "neguinho" e foi agarrado pelo pescoço, sendo jogado para fora do veículo.

"Ele me deu uma cotovelada, falou 'perdeu, neguinho', me pegou pelo pescoço no mata-leão e o carro foi andando até bater no da frente. Quando o carro parou, ele me puxou pelo pescoço pra fora e me botou no chão, me enforcando, botando minha cara contra o chão e segurando os meus braços", lembrou a vítima.

Em seu relato, Carlos Eduardo, também conhecido como Kadu, afirmou que o motorista ainda o acusou de ser o 'neguinho' que estava praticando roubos no bairro, enquanto dizia que a garrafa de uísque era uma arma de fogo: "Ele achou que eu fosse assaltá-lo e admitiu para o policial que eu não fiz nada com ele, que não tive culpa", contou.

Com as agressões, o jovem, que é jogador de futebol amador, ficou com marcas nos braços e nas pernas, além de um inchaço no olho. Kadu também disse que antes das agressões estava conversando com o motorista e chegou a contar que era atleta. Ele havia saído do Andaraí e pediu um carro de aplicativo da Uber, por meio da conta de sua mãe, para encontrá-la em Bonsucesso.