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Ligação no mundo do crime

Áudio aponta aliança de bicheiro Bernardo Bello e miliciano Marquinho Catiri

Na casa de um dos denunciados, o MPRJ encontrou R$ 435 mil e 1.670 euros (cerca de R$ 9 mil)
Na casa de um dos denunciados, o MPRJ encontrou R$ 435 mil e 1.670 euros (cerca de R$ 9 mil) -

Um denúncia feita pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) na Operação Fim da Linha, ontem, aponta uma aliança entre o bicheiro Bernardo Bello e o miliciano Marquinho Catiri, morto no último dia 19. Durante a investigação, a Polícia Federal obteve um áudio de Catiri.

Bernardo ficou preso na Colômbia de janeiro a maio deste ano por causa do assassinato do contraventor Alcebíades Paes Garcia, o Bid Garcia. No material obtido pela PF, Marquinho afirmou que vinha gerindo e mantendo todo o negócio durante o afastamento de Bernardo.

"Eu e minha família, pouco tempo que nos conhecemos, gostamos muito de você e da sua família. Você mostrou ser uma pessoa muito leal, verdadeiro, para a gente. A gente firmou uma amizade. Também agradeço pela confiança que você teve em mim, de me botar dentro da sua casa, da sua família e do seu negócio", disse.

O miliciano passou o panorama atual da organização criminosa, a qual se referiu como "empresa". Ele também contou que intensificou a segurança pessoal porque inimigos estariam oferecendo milhões de reais para quem conseguisse matá-lo. No último dia 19, Marquinho foi assassinado em uma emboscada ao deixar uma casa na comunidade da Guarda, em Del Castilho.

"A minha cabeça já está valendo quatro milhões, entendeu? Tive que reforçar minha segurança, Bernardo. Hoje eu botei cinco pessoas para ficar comigo à noite, dormindo na orla da praia. Estou pulando de casa em casa. Eles ficam a um quilômetro, mas ficam. São dois carros 24 horas. Você sabe o valor que eu pago para minha segurança e é à noite, é polícia. Estou tendo gastos absurdos", disse.