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O Twitter suspendeu nesta quinta-feira, 15, diversas contas de jornalistas que produziram reportagens sobre a empresa e seu novo dono, Elon Musk. Entre as contas banidas estão as de profissionais da CNN, 'The New York Times' e 'The Washington Post', além de jornalistas independentes.
Alguns repórteres tuitaram sobre a decisão da plataforma de suspender um perfil que rastreava os voos do jato particular de Musk. Mesmo com o bilionário prometendo que defenderia a liberdade de expressão, o criador da página, Jack Sweeney, também teve a conta pessoal suspensa.
O Twitter não apresentou explicações para a retirada das contas dos jornalistas. A União Europeia (UE) alertou nesta sexta-feira, 16, que pode aplicar sanções contra a plataforma.
"A notícia sobre a suspensão de jornalistas do Twitter é preocupante (...) Elon Musk deve saber disso. Existem linhas vermelhas. E, em breve, haverá sanções", disse a comissária europeia para Transparência, Vera Jourova, em um post na rede de Musk.
Na declaração, ela fez referência à uma das duas leis que a UE aprovou em julho deste ano, com as quais o bloco vai regulamentar a atividade dos gigantes do setor e das principais plataformas pertencentes.
"Nada diz mais sobre a liberdade de expressão do que suspender jornalistas que cobrem você", disse Sarah Reese Jones, do site de opinião e notícias PoliticusUSA.
De acordo com a NBCNews, uma conta da rede social Mastodon, rival do Twitter, também foi suspensa.
Na quarta-feira, Musk tuitou que um veículo em Los Angeles que transportava um de seus filhos foi seguido por "um perseguidor maluco" e deu a entender que atribuía o suposto incidente ao rastreamento de seu jato particular. Na mensagem, ele afirmou que adotou medidas legais contra a pessoa que operava a conta que reportava suas ações.
O Twitter informou que atualizou sua política para proibir mensagens que, na maioria dos casos, revelam a localização de alguém em tempo real. Musk escreveu que "qualquer conta que faça 'doxxing' (revelação pública de dados pessoais) será suspensa, porque é uma violação física de segurança".
Desde que assumiu o controle da rede, o novo dono apresenta mensagens contraditórias sobre o que está autorizado, ou não, na plataforma. Musk reativou contas que estavam suspensas, incluindo a do ex-presidente americano Donald Trump. Também suspendeu a conta do rapper Kanye West, após a publicação de mensagens antissemitas.
Musk rejeitou o retorno ao Twitter de Alex Jones, fundador do site de extrema direita InfoWars, que foi condenado a pagar US$ 1,5 bilhão de indenização por afirmar que o massacre de 2012 na escola Sandy Hooks foi uma "farsa".