'Tem que olhar antes de atirar'

Irmã de catador morto questiona ação policial

Foi enterrado ontem, no Cemitério do Pechincha, Zona Oeste, o corpo do catador de recicláveis Dierson Gomes da Silva, 51 anos, morto durante operação na Cidade de Deus, também na Zona Oeste, após ter um pedaço de madeira confundido com um fuzil. Para realizar o sepultamento, a família precisou arrecadar fundos com uma vaquinha.

Muito abalado, Jonatas Ribeiro, filho do catador, falou sobre a sensação de enterrar o pai no dia do aniversário: "Com isso tudo que aconteceu, acabou tudo, não tenho nem o que dizer. Hoje eu faço 26 anos e ele não chegou a ver o filho dele completar essa idade".

O caso aconteceu na localidade conhecida como Pantanal e, segundo moradores, a vítima, conhecida como 'Lord', estava no quintal de casa e segurava o pedaço de madeira quando foi baleada.

Denise Gomes da Silva, irmã do catador criticou, durante o velório, a ação da polícia. "Quantos mais vão morrer de uma forma dessa? Tem que acabar. Eles têm que olhar antes de atirar, parar, eu não sei. O que não pode é vítimas inocentes serem mortas toda hora por causa de um pedaço de pau, de vassoura, de guarda-chuva", disse.