'Sobra para o inocente'

Corpo de jovem morto em tiroteio no Borel e Casa Branca é sepultado sob comoção

Sob forte comoção e homenagens, familiares e amigos se despediram de Daniel Eduardo Silveira Pinheiro, de 18 anos, durante sepultamento no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi, na tarde de ontem. O jovem foi morto na sexta-feira, após ser baleado em um confronto nos morros do Borel e da Casa Branca, na Tijuca, Zona Norte do Rio. A troca de tiros entre facções criminosas rivais ainda deixou outros três feridos.

O pedreiro José Roberto Santos, de 48 anos, foi um dos moradores da Casa Branca que tentou socorrer Daniel. Ele conta que o dia houve queima de fogos em celebração à Folia de Reis e ao padroeiro do Rio, São Sebastião, e por isso não havia percebido os disparos. Entretanto, entre 22h30 e 23h, quando o jovem estava em uma barraca de lanches, eles ouviram uma rajada de tiros e pouco depois o encontraram ferido.

"Eu fui saber que ele foi baleado através do meu filho, porque eles são amigos. Eu tive a oportunidade de socorrer ele, ajudei no trabalho, que ele já estava querendo aprender uma profissão de pintor, e ajudei, também, no último momento da vida dele", lamentou o pedreiro, que descreveu Daniel como "muito trabalhador".