Para não haver retrocesso

Para Abel Luiz, ritmista da Insandecida e professor de música no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Clarice Lispector, o fim das internações e moradias e enfermarias psiquiátricas no Nise mostram que a saúde mental é uma questão de toda a sociedade.

"Agora, pacientes ou não, todos vêm para o bloco de uma forma espontânea. Não precisa haver um espaço segregado. O nosso bloco é a celebração disso. E uma afirmação de que não pode haver retrocesso".

O ateliê do Loucura Suburbana tem a força dos estagiários. "Eu percebo que estou fazendo um trabalho que vai ajudar as pessoas a se sentirem bem", diz Nathália Araújo, estudante de Enfermagem da Unirio. Estudante de Artes Cênicas na UFRJ, Cleiton Almeida, concorda: "O convívio no ateliê agrega pessoas que têm diferentes modos de fazer". Para Maria Elisa, colega de turma de Cleiton, há um aprendizado técnico: "Aprendi a trabalhar com tecidos com os quais nunca tive contato".