em cima da hora

Mangueira e Bahia têm uma ligação que desafia a cartografia. Não é exagero dizer que o lugar onde o Rio é mais baiano seja, de fato, no Morro que emerge à margem da Rua Visconde de Niterói. O estado do Nordeste é, mais uma vez, elemento do enredo da verde e rosa. Estreando uma nova dupla de carnavalescos após a saída do bicampeão Leandro Vieira, a escola quer levantar o caneco que não vem desde 2019. A Mangueira volta a se apresentar na Avenida com uma narrativa de protagonismo negro. Sob o título de "As Áfricas que a Bahia canta", a escola canta toda sua africanidade e religiosidade sob a batuta de uma dupla de carnavalescos: Annik Salmon, de 41 anos, e Guilherme Estevão, de 28. O enfoque está presente nas construções das visões de África na Bahia a partir de sua musicalidade e instituições carnavalescas negras, destacando o protagonismo feminino nesse processo e as lutas contra intolerância, racismo e pelo fortalecimento da identidade afrobrasileira.