Tambor... Ressoa de Angola, Guiné e Benim / É reino de Congo, espada de Ogum / Nobreza ancestral que repousa em mim/ Bravura dos senhores de Orun / Maré me leva em lamentos e preces / Aporta na areia calunga de dor /
Um cais no estreito da argola que prende / O Valongo se fez preto na pele que sangra / Escorre o pranto que sufoca nossa gente /
É mucama de iaiá, é escravo do feitor/ Valentia da senzala não sucumbe ao capitão / Lá nos cafezais, a revolta se faz / Pra findar o açoite que fere o irmão
Quilombo de luta à luz da esperança / Correntes se quebram, é negra insurreição / Lugar de fala contra a tirania / Vive em toda manifestação / Vai ter jongo e capoeira, ê, camará! / Noite de coroação, quilombola vai jogar /
No axé da mãe baiana, ideal
de igualdade /Manoel e Mariana,
os heróis da liberdade /
Firma ponto, eu quero ver,
vai ter batuquejê /
Chama o povo do samba,
ê samborê! /
Jacarepaguá, eu respeito a sua história / Resistência é a marca
da nossa vitória