cante o samba: 'As Áfricas que a Bahia Canta'

Toda mulher é flecha da evolução / Que Exu abra nossos caminhos / E faça do quilombo verde e rosa / Um palácio de toda rainha preta / Mangueira, onde o Rio é mais baiano / Eparrey, Oyá

Oyá, Oyá, Oyá, eô / Ê matamba, dona da minha nação / Filha do amanhecer, carregada no dendê / Sou eu a flecha da evolução / Sou eu, Mangueira, flecha da evolução

Levo a cor, meu Ilú é o tambor / Que tremeu Salvador, Bahia / Áfricas que recriei, resistir é lei / Arte é rebeldia

Coroada pelos cucumbis / Do quilombo às embaixadas / Com ganzás e xequerês fundei o meu país / Pelo som dos atabaques canta meu país

Traz o padê de Exu / Pra mamãe Oxum tocar o ijexá / Rua dos afoxés, voz dos candomblés / Xirê de orixá

Traz o padê de Exu / Pra mamãe Oxum tocar o ijexá / Rua dos afoxés, voz dos candomblés / Xirê de orixá

Deusa do Ilê Aiye, do gueto / Meu cabelo black, negão, coroa de preto / Não foi em vão a luta de catendê / Sonho badauê, revolução didá / Candace de Olodum, sou debalê de Ogum / Filhos de Gandhi, paz de Oxalá

Quando a alegria invade o pelô / É carnaval, na pele, o suingue da cor / O meu timbau é força e poder / Por cada mulher de arerê / Liberta o batuque do Canjerê

Eparrey, Oyá / Eparrey, mainha / Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha / Eparrey, Oyá / Eparrey, mainha / Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha

O samba foi morar onde o Rio é mais baiano / O samba foi morar onde o Rio é mais baiano / Reina a ginga de Iaiá na ladeira / No ilê de Tia Fé / Axé, Mangueira