Desmonte da fiscalização

De acordo com o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas no Brasil, 34% das vítimas têm até o 5º ano incompleto e 28% são analfabetos. "Os imigrantes são ainda mais vulneráveis se não tiverem documentos para estadia ou se estiverem em situação irregular", explicou a juíza Daniela Muller.

Ela declarou que de seis anos para cá está havendo um desmonte da fiscalização. "Aqui no Rio, os índices mostram números baixos de resgate e denúncia. No fundo isso não é bom porque sabemos que os casos acontecem e é um indício de que a fiscalização está enfraquecida".

Thaiany Motta, assistente social do Projeto Ação Integrada RJ, explicou que o Rio é porta de entrada dos trabalhadores escravizados. "Recebemos hoje muitos imigrantes internos, nordestinos, nortistas e mineiros. Curiosamente o número coincide com os dados de trabalho análogo no Brasil".