A pequena Ester Francisco, de 2 anos, estava um pouco desconfiada no início. O grupo usava máscaras e pareciam enfermeiros. "Calma, filha, não vai ter injeção não", tranquilizou o pai. Mas ela logo percebeu a diferença. Com roupas coloridas e instrumentos musicais, eles cantavam e dançavam: era o conjunto Conexão do Bem. Formado por cinco músicos e atores, ele voltou a se apresentar em hospitais da cidade. Na última sexta-feira foi a vez do Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire.
Aos poucos, Ester começou a sorrir, enquanto o conjunto cantava 'Alecrim Dourado' na chegada ao ambulatório oncológico. "Gente, sabe que vocês assim parecem até uma sementinha?", disse o ator Felipe Haiut. Seguiu-se um diálogo entre eles: "Eu tive uma sementinha em casa uma vez. Coloquei na terra, peguei um regador e fiz assim, querem ver"?, disse Nina Reis. Felipe sugeriu: "Você poderia fazer a sementinha e mostrar o que houve".
Todos ficaram ao redor de Nina e alguém falou: "Aí veio a chuva". Nina foi se erguendo até que ficou de pé e o grupo voltou a cantar: "Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado..."
A essa altura Ester já gargalhava. E o grupo seguiu adiante num trenzinho. Ester foi atrás e se juntou a Myllena Bastos, de 5 anos, na brincadeira. Myllena foi na frente tocando o chocalho que, na encenação, simbolizava o apito do trem. Mais uma vez, Ester gargalhava e pulava durante a apresentação.