Morre passageiro ferido em acidente de ônibus no Caju; família critica de falta de assistência

Apesar de Rodolfo Willian Nunes de Oliveira, 30 anos, ter sido a única vítima gravíssima, empresas envolvidas na colisão não teriam prestado apoio

Acidente aconteceu depois que ônibus colidiu com a traseira de outro coletivo
Acidente aconteceu depois que ônibus colidiu com a traseira de outro coletivo -
Rio - O garçom Rodolfo Willian Nunes de Oliveira, de 30 anos, uma das 18 vítimas de acidente entre dois ônibus na Avenida Brasil, altura do Caju, na última quarta-feira, morreu, no fim da noite sexta-feira (25), após complicações. Ele estava internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.
Segundo a família, que esteve, na manhã deste sábado (25), no IML do Centro para a liberação do corpo, ele deu entrada em estado grave na unidade de saúde e apresentou piora nos últimos dias.
Familiares do garçom Rodolfo estiveram, na manhã deste sábado (25), no IML do Centro para liberação do corpo - Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Familiares do garçom Rodolfo estiveram, na manhã deste sábado (25), no IML do Centro para liberação do corpoReginaldo Pimenta/Agência O Dia


Em entrevista ao DIA, os familiares criticaram a falta de apoio por parte das empresas de ônibus envolvidas no acidente. Rodolfo voltava do trabalho no coletivo da linha 397 (Campo Grande x Candelária), na noite da última quarta-feira (22), quando a colisão ocorreu.

"Ficamos esses dias no hospital, ele internado em estado grave e ninguém apareceu para prestar suporte. Ninguém mesmo. Nem uma ligação sequer nós recebemos. São duas empresas envolvidas no acidente que resultou na morte de um trabalhador e ninguém nos procurou", criticou Wanderson Rampi, cunhado do garçom.

Segundo o familiar, Rodolfo tinha realizado o sonho de voltar a trabalhar de carteira assinada recentemente. O garçom vivia de bicos até o mês passado e estava feliz por poder proporcionar uma condição melhor para a esposa e os dois filhos.

"Ele tinha comunicado a esposa que estava indo para o trabalho e depois ela não conseguiu mais falar com ele. O Rodolfo estava feliz com tudo que vinha acontecendo com ele", lamentou Wanderson.
Rodolfo será enterrado neste domingo, às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio. O garçom deixa mulher e dois filhos.
O acidente
A batida entre os coletivos aconteceu por volta das 22h, no sentido Zona Oeste da Avenida Brasil, próximo ao viaduto da Linha Vermelha. Uma faixa da pista lateral chegou a ficar ocupada e só foi totalmente liberada para o tráfego no final da madrugada de quinta-feira (23). Dos 18 feridos, 16 foram socorridos ao Hospital Souza Aguiar, no Centro. Outros dois, entre eles Rodolfo, foram para o Salgado Filho, no Méier.
O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, foi procurado pela reportagem para falar sobre o caso, mas até o momento não se manifestou.
Familiares do garçom Rodolfo estiveram, na manhã deste sábado (25), no IML do Centro para liberação do corpo
Familiares do garçom Rodolfo estiveram, na manhã deste sábado (25), no IML do Centro para liberação do corpo Reginaldo Pimenta/Agência O Dia