O que está rolando com a sociedade?

Especialistas apontam hipóteses sobre ataques que têm acontecido em escolas

Na semana passada, a PM do Rio reforçou a segurança em unidades de ensino, como neste Ciep na Tijuca
Na semana passada, a PM do Rio reforçou a segurança em unidades de ensino, como neste Ciep na Tijuca -

A iniciativa de alguns veículos de imprensa, como o MEIA HORA e O Dia, de não mostrar mais nomes e fotos de autores de massacres tenta conter o 'efeito contágio', quando a publicidade dos atos estimula outros semelhantes. Mas o que está acontecendo para que crimes assim se repitam, como em escolas? Especialistas apontam fatores que se intensificaram recentemente, como a banalização da violência, a solidão e até ações orquestradas de grupos fascistas na internet.

Estudiosos consultados pelo MEIA HORA cogitam inclusive aspectos ligados à pandemia. Para Cláudia Henschel, professora de Psicopatologia da UFF Volta Redonda, o período de isolamento social e fechamento de escolas contribuiu para fortalecer processos psicológicos que se alimentam da solidão, como baixa autoestima e narcisismo.

"É como se a pessoa imaginasse que nasceu para realizar alguma missão, com uma moral e um senso de justiça muito individualizados. E, nesse contexto, temos sido expostos a discursos que atacam o ambiente escolar, que colocam o professor como um ideólogo de gênero que vai desvirtuar a sexualidade das crianças, que são comunistas, e por aí vai", diz Cláudia, reforçando que a escola é uma das instâncias sociais, como a cultura e a saúde, que estão sendo denegridas por discursos de ódio, especialmente pelas redes sociais: "É onde as pessoas estão se conectando em torno de conteúdos misóginos, racistas e de supremacia branca".