Dia de São Jorge movimenta o Rio

Celebrações são retomadas após três anos restritas ou suspensas por conta da Covid

Adão José, de 70 anos, vai à Matriz de São Jorge todo ano para celebrar o Santo Guerreiro
Adão José, de 70 anos, vai à Matriz de São Jorge todo ano para celebrar o Santo Guerreiro -

Os cariocas voltaram a encher ontem as igrejas, ruas e bares em celebração a São Jorge. A festa de 23 de abril para o padroeiro do Estado do Rio — o santo tornou-se padroeiro em 2019 — foi retomada após três anos restritas ou suspensas por conta da pandemia da Covid-19. Mais de 1,5 milhão de pessoas católicas e de religiões de matriz africana foram a Quintino, Zona Norte do Rio, ao Centro e à Santa Cruz para festejar o Santo Guerreiro, sincretizado em Ogum, no candomblé e na umbanda.

Milhares de famílias e amigos vestindo vermelho e segurando rosas e espadas-de-são-jorge circularam no entorno da Matriz de São Jorge, que teve programação desde a madrugada, no alvorecer com iluminação e queima de fogos, e missa de hora em hora até as 16h com a procissão pelo bairro.

Às 10h a celebração foi conduzida pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta. "Um dia que o carioca recebe São Jorge como bons cristãos e a população se desloca até as igrejas para buscar a Deus e a São Jorge", disse o cardeal.

'Tudo tem que ter fé'

O povo de axé também visitou os templos dedicados ao guerreiro. Ao deixar a matriz em Quintino, Adão José, de 70 anos, afirmou que vai à igreja todo ano. A filha Jéssica Gouveia acompanha o pai desde que tinha 10 anos. Umbandista, Adão José é zelador de santo e, durante, pandemia, procurava chegar perto da igreja para manter a tradição.

"Tudo tem que ter fé. Tem que crer. Se não tiver fé, não funciona. Tem que se entregar de corpo e alma e pedir por nós e pelas pessoas que necessitam", afirmou.