Advogados operavam esquema de fraude

Alvos de operação da Polícia Federal atuavam como representantes legais de beneficiários do INSS, fictícios ou que já morreram

Presos em operação foram levados para a Superintendência da PF, no Centro do Rio
Presos em operação foram levados para a Superintendência da PF, no Centro do Rio -

Um advogado e uma advogada foram presos, ontem, apontados como operadores de um esquema criminoso que frauda benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como pensões por morte e prestação continuada ao idoso hipossuficiente, o BPC/LOAS.

Eles foram alvos da operação Metamorfose, da Polícia Federal, que prendeu ao todo 14 pessoas, nas cidades do Rio e Niterói, na Região Metropolitana, e de Nilópolis e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A maior parte das prisões aconteceram no bairro de Sepetiba, na Zona Oeste.

De acordo com o delegado Renato Cupolillo Gentile, os advogados atuavam como procuradores e faziam requerimentos na condição de representantes legais de beneficiários fictícios ou que já haviam morrido, com uso de documentos falsos, como identidade e certidões de nascimento, óbito e casamento. Após a concessão dos pagamentos, eles abriam contas em instituições bancárias, faziam saques e solicitavam cartões para futuras transações. 

"É até curioso, porque essas pessoas não existiam, mas esses procuradores estavam ali representando, faticamente, pessoas que não existiam. A partir daí, esse benefício era concedido por um titular que não existia e esses procuradores, utilizando-se de uma procuração com assinaturas falsas e documentos falsos, conseguiam fazer requerimentos junto ao INSS, abrir conta-corrente em instituições financeiras e, a partir daí, resgatar o dinheiro ou mesmo retirar o cartão magnético e ficar realizando saques ou passar para outros integrantes da quadrilha", explicou Gentile.