Medo da privatização

Edital de licitação já foi publicado; lojistas temem a perda de tradições e de receitas

O potiguar Lucenna lançou seu primeiro disco no coreto local
O potiguar Lucenna lançou seu primeiro disco no coreto local -

Rapadura, macaxeira, baião de dois, queijo coalho e tapioca na manteiga. Não é preciso pegar um avião para provar essas iguarias nordestinas, já que os lojistas da Feira de São Cristóvão trabalham forte para que tais gastronomia e cultura tão peculiares possam ser encontradas no Rio de Janeiro.

Porém, com o edital de concessão do espaço já publicado, o medo da privatização e o fim de tradições assola comerciantes locais, embora eles reconheçam a importância da realização de obras na estrutura.

O ex-gestor público da feira e cantador popular, Marcus Lucenna, 63 anos, acredita que é necessário muita conversa e um plano pra não deixar o vendedor na mão. "Essa licitação é algo que me preocupa. Vão fazer obra ali que vai durar uns três anos, ou seja, quase trinta meses. Como os feirantes viverão? Tem feirante que tem restaurante lá fora, tudo bem, mas há outros que só possuem loja aqui dentro, é o sustento deles".

Na opinião de Marcus, privatizar o espaço requer uma audiência pública. "Tem que ter muita discussão. Não queremos que a cultura nordestina desapareça da feira. Imagina se a empresa vencedora da licitação transformar aqui num shopping, como foi falado?".