Polícia investiga motorista de app

Não quis levar família com roupa do candomblé

A Polícia Civil investiga um motorista de aplicativo que se recusou a transportar uma família com trajes religiosos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, sábado (29). A empresária Tais da Silva Fraga estava com suas duas filhas, de 8 e 13 anos, quando solicitou a viagem para ir a um terreiro, mas o suspeito - segundo ela - não quis levá-las por conta da roupa que usavam.

"Eu estava indo para o terreiro, todos sabem que sou do candomblé. Estava eu, minhas filhas e minha sogra quando chamamos o Uber para poder ir. O (motorista da) Uber se negou a levar a gente quando chegou aqui e viu que estávamos com roupa de santo. Falou que não ia levar, foi grosso... Isso foi um preconceito e, assim, eu nunca tinha passado por isso. Foi muito ruim", desabafou.

Tais relatou que, após a recusa do motorista, as filhas ficaram com medo de entrar em outro carro solicitado para ir ao terreiro.

"O pior disso tudo foram as crianças, minhas filhas. A gente teve que pegar um outro Uber e ela não queria ir com medo do motorista não querer nos levar de novo e a gente passar por toda a situação de novo. Eu acho que a Uber tinha que preparar os motoristas para poder trabalhar, não só pegar um cara que tenha habilitação e colocá-lo para fazer o serviço. Eles estão prestando um serviço independente de religião, independente de cor... Eles não podem ter esse tipo de preconceito", criticou.

A ocorrência foi registrada na 59ª DP (Duque de Caxias) e encaminhada à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga o crime de intolerância religiosa.