Família de jovem baleado acusa PM

Mãe de Ronald da Silva alega que não houve troca de tiros quando ele foi atingido

A família de Ronald da Silva Santos, 22 anos, baleado nas costas em São Lourenço, Niterói, na Região Metropolitana, na tarde de quinta-feira, alega que o disparo partiu da Polícia Militar e que não houve confronto com criminosos na região. Desde então o jovem está internado em estado grave no Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, na mesma cidade, onde parentes compareceram na manhã de ontem.

Segundo a mãe da vítima, a gari Juliana da Silva Santos, o jovem, que é evangélico, não tem passagens pela polícia e nem envolvimento com o tráfico. No momento dos disparos, ele estava a caminho de um futebol com o irmão e amigos, e ainda tentou proteger duas crianças ao ouvir os tiros.

"Não houve troca de tiros, só tiveram três tiros, que eles (os policiais) deram, inclusive os PMs estavam na escadaria e atiraram de cima para baixo", disse. A tia de Ronald, a também gari Aldacir da Conceição dos Santos, 49 anos, informou ainda que por ter um bom coração, logo após ser atingido, ele falou para um dos agentes que o perdoava por ter feito o disparo.

"Os policiais sabiam que ele estava baleado, tem foto de um agente do lado dele caído no chão, eles não deixaram ninguém socorrer, um vizinho que botou peito e colocou o meu sobrinho dentro do carro, pra trazer ele pro Hospital Azevedo Lima, porque nem socorro eles deram. Isso é uma coisa horrível que a gente vive vendo na televisão, é jovem sendo baleado, jovem sendo morto, e todas as vezes, eles (os policiais) falam que são atacados a tiros e nunca dão, e agora?", criticou a tia.