Militar da Marinha é denunciado por morte de mulher em São Pedro da Aldeia

Alexander Neves da Invenção está preso desde o dia 24 de junho por atirar duas vezes contra Wania Lucia Firmiano da Silva; a mulher teve a morte cerebral decretada neste domingo (9)

Alexander Neves da Invenção está preso após atirar duas vezes em Wania Lúcia Firmiano da Silva
Alexander Neves da Invenção está preso após atirar duas vezes em Wania Lúcia Firmiano da Silva -
Rio - O suboficial da reserva da Marinha, Alexander Neves da Invenção, de 48 anos, foi denunciado pelo crime de homicídio qualificado contra sua mulher, Wania Lucia Firmiano da Silva, 47, que teve a morte cerebral declarada neste domingo (9) depois de ficar duas semanas internadas após ser baleada duas vezes pelo marido em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio.
A denúncia foi realizada pela 1ª Promotoria de Justiça de São Pedro da Aldeia, órgão do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Além do homicídio, Alexander também foi denunciado pelo porte ilegal de arma de fogo pois uma das pistolas apreendidas na casa do militar não tinha registro.
Wania morreu neste domingo (9) depois de receber cuidados no Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), em Araruama, por 15 dias, após dar entrada na unidade com lesão em região abdominal, no tórax e na coluna, devido a dois tiros que recebeu no dia 24 de junho. Seu estado era considerado grave e ela estava internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital.
A mulher era professora de Ciências na Escola Municipal Sebastião Loubach, em Rio das Ostras, e cursava nutrição. Seu corpo foi sepultado na tarde desta terça-feira (11) no Cemitério Paroquial de São Pedro da Aldeia.
Prisão do militar
Alexander foi preso em flagrante na casa onde o militar e a mulher moravam em um condomínio no bairro Fluminense. De acordo com depoimento de testemunhas, Alexander chegou bêbado na residência. Wania tentou acalmar o marido, mas ele não obedeceu. A vítima pediu para que seu filho se trancasse no quarto, o que revoltou o militar que teria dito que "na casa dele ninguém tranca a porta". Por isso, ele atirou duas vezes contra ela.
Segundo a Polícia Militar, uma vizinha policial escutou os disparos e viu o suspeito segurando a arma. Após uma conversa com a agente, o homem se entregou. A PM acionou equipes do 25º BPM (Cabo Frio), que conduziram o militar para a 126ª DP (Cabo Frio). Segundo a corporação, duas pistolas, arma de Airsoft e munições foram apreendidas na ação. Uma das armas não tinha registro e a outra era registrada pela Marinha.
No dia 26 de junho, a juíza Mariana Tavares Shu converteu, em audiência de custódia, a prisão em flagrante de Alexander para preventiva. A defesa do militar pediu liberdade provisória para o cliente, mas a magistrada alegou que a conduta do militar foi grave e sua ação indica a inadequação do homem ao convívio social.
"A gravidade da conduta é extremamente acentuada, na medida em que o custodiado tentou matar a companheira, fato que foi praticado na presença do filho dela, de apenas 10 anos de idade. A crueldade da ação indica a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social e sua extrema periculosidade. Assim, evidente a necessidade da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do custodiado como medida de garantia da ordem pública, sobretudo porque crimes como esse comprometem a segurança da vítima e das testemunhas", escreveu Shu em sua decisão.
A Marinha do Brasil, através do Comando do 1º Distrito Naval, lamentou o ocorrido. A Força Armada reiterou o repúdio a quaisquer atos ilegais que atendem contra a vida, a honra e os valores militares.
Questionado, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que a denúncia foi encaminhada para a 2ª Vara de São Pedro da Aldeia, mas ainda não há decisão.