Museu Aeroespacial encanta público com megaevento em homenagem a Santos Dumont

Celebração aos 150 anos de nascimento de Santos Dumont reuniu centenas de visitantes, com direito a voo de caça, apresentação da Esquadrilha da Fumaça e exposições de aeronaves

Público assiste apresentação de paraquedistas no Museu Aeroespacial da Força Aérea
Público assiste apresentação de paraquedistas no Museu Aeroespacial da Força Aérea -
Rio - O Museu Aeroespacial (MUSAL), no Campo dos Afonsos, Zona Oeste do Rio, abriu as portas, neste domingo (30), para um grande evento gratuito em homenagem aos 150 anos do brasileiro Santos Dumont, pioneiro da aviação.
O espaço, que completa 50 anos nesta segunda-feira (31), recebeu centenas de famílias, boa parte delas formadas por crianças encantadas com o que viam do céu: Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira, acrobacias, passagem de caça F5 e aeromodelismo com manobras no ar. Houve, ainda, exibição de paraquedistas e balonismo. O evento começou no sábado.

Na parte interna do MUSAL, o destaque ficou por conta dos vários modelos de aeronaves expostos, dentre eles, uma réplica do 14 Bis, criado por Santos Dumont, uma galeria de imagens do inventor, além do Curtiss P-40, avião para um tripulante, destinado ao combate aéreo e ataque solo, que voou pela primeira vez em 1938.
O modelo Waco CJC, incorporado em 1934 e responsável por executar missões do Correio Aéreo Militar, também atraiu olhares e flashes dos visitantes.

O vigilante Eduardo Santos e a mulher, Fran Assis, levaram os filhos, Paula de Assis, 10, e Paulo César de Assis, 4, para um passeio. A família saiu de Senador Camará, na Zona Oeste, especialmente para o evento. O pai destacou que a primogênita nem dormiu direito na noite anterior de ansiedade para curtir e se divertir com as atrações.

"Viemos pela primeira vez em 2013, estava lotado. É um incentivo para o futuro dos nossos filhos. A Paula agora já não quer mais ir para a Marinha, agora ela quer ir para a Aeronáutica", disse Eduardo. A menina contou que, com a experiência no local, sentiu vontade de aprender a pilotar um avião. "Falo para ela, a vida é um livro aberto, a gente que escreve a nossa história", completou o pai.

"Gostamos de tudo, isso aqui é muito maravilhoso. A Esquadrilha da Fumaça... Foi tudo muito lindo. Impressionante o preparo deles para todas as manobras no ar", disse Fran, que complementou: "Bom seria se todas as famílias pudessem estar aqui, é um evento muito lindo, de graça, aberto, maravilhoso."

Moradora de Nilópolis, na Baixada, Lúcia Helena Locatel foi sozinha ao evento e se divertiu com o que viu, além de fazer muitas selfies registrando os aviões, ao fundo.
"É a segunda vez que venho, é uma oportunidade de a gente conhecer o museu, muita gente não conhece, é lindo, vale a pena. E hoje também pelos 150 anos do Santos Dumont, o pai da aviação", elogiou.

Lúcia revelou que ama aviação e ficou encantada com as apresentações. "Amo aviação, mas nunca andei de avião. Tenho muita vontade. O que mais chamou a atenção foi o voo do caça, é muito lindo, deu até vontade de chorar. Tudo que remete à cultura, lazer, as pessoas deveriam procurar mais, ainda mais quando você tem a oportunidade de portas abertas com entrada gratuita. Vim sozinha, meus amigos não são chegados a esse tipo de evento, e estou amando, fotografando tudo", contou.

A babá Suzana Duarte, moradora de Mesquita, também na Baixada, soube do evento por uma amiga e levou o filho, Rafael Duarte, para vivenciar a experiência.

"O meu filho ama aviões, tudo da área militar. Decidi trazê-lo para conhecer sobre Santos Dumont, ele está encantado. Aqui tem muita coisa legal, mas os aviões de caça e o 14 Bis, ele adorou. Por ser aberto, ele falou que o avião não estava pronto. Eu também só tinha visto pela internet, está tudo maravilhoso, é bom para as crianças conhecerem mais sobre a história da aviação", contou. Suzana enfrentou uma fila grande para levar o filho para conhecer de perto a cabine de um avião.

"É bom também para tirar um pouco os filhos da internet, do celular, e trazê-los para a realidade, é muito legal", disse.

Luana Ribeiro e Diogo Ribeiro, veterano da aeronáutica, saíram de Vargem Grande com o filho Henry para curtir o domingo em família. "Já conhecia aqui, agora estou voltando para ele conhecer melhor sobre a história da Força Aérea Brasileira. Até para instigar e saber se ele vai querer seguir a carreira militar ou não. Ele se interessa muito pela área de montagem e tecnologia", contou Diogo.

"O evento é muito legal para vir com criança. Os espetáculos dos aviões foram lindos", disse Luana.

Pela primeira vez, a moradora de Realengo Tatiane Cristine levou os filhos, Marcus Vinícius, 14, e Isaac Gabriel, 2, para um dia diferente.

"Vi ontem na TV que teria o evento e viemos conhecer. Estamos amando, foi emocionante ver o jato passando. Nunca andamos de avião, eu tenho medo, mas o Vinícius não", disse ela. "Quero ser piloto de jato", contou Marcus Vinícius, empolgado com o que tinha acabado de ver no ar.

O brigadeiro Maurício Carvalho Sampaio, diretor do MUSAL, ressaltou a importância do evento, em entrevista ao site oficial da instituição. "Essa celebração é uma grande oportunidade para relembrar o pioneirismo e a genialidade de Santos Dumont, que revolucionou o mundo com suas invenções e contribuições para a aviação, proporcionando a sociedade carioca mais um evento voltado para a família em um ambiente histórico e cultural."

Carro fúnebre que transportou Santos Dumont no acervo 
Nascido em Palmira, Minas Gerais, em 1873, Alberto Santos Dumont é mundialmente conhecido como o "Pai da Aviação", por ter realizado o primeiro voo homologado da história e construído o 14-Bis e o Demoiselle. Ele também projetou, construiu e voou os primeiros balões dirigíveis com motor à gasolina, o que lhe garantiu a conquista do Prêmio Deutsch em 1901, quando em um voo contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível Nº 6.

Ele morreu aos 59 anos em 23 de julho de 1932. O corpo foi conduzido em um carro fúnebre, Chevrolet Ramona preto, fabricado em 1929, passando pela Avenida Puglisi, seguindo até a travessia de balsas entre Guarujá e Santos, no litoral de São Paulo.
De lá, o cortejo seguiu em direção a cidade de São Paulo e depois para o Rio, onde foi sepultado, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no dia 21 de dezembro de 1932.

O carro que transportou o corpo de Santos Dumont é uma novidade no acervo do MUSAL. A prefeitura do Guarujá realizou a entrega formal, por doação, do veículo para a Força Aérea Brasileira, no último dia 23 de junho em uma cerimônia. O veículo foi recebido pelo Comandante do IV Comando Aéreo regional (IV COMAR).