'Sabe o que é não ter água? Essa foi a minha realidade e a dos meus vizinhos nos últimos 10 anos. Imagina meu drama sendo mãe de criança autista... Porém, agora consigo lavar louça e roupa. E ver minha filha brincando com a água que sai da mangueira é uma felicidade. Só tenho a agradecer, tudo mudou”. O relato entusiasmado é de Patrícia Correia da Silva, que vive no bairro Sacramento, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
“Desde novembro de 2021, beneficiamos mais de 415 mil pessoas com a melhoria do abastecimento. E, deste total, cerca de 43 mil moradores tiveram, pela primeira vez, água tratada em suas torneiras. Esta realidade nos motiva diariamente a seguir trabalhando. Estamos cientes do desafio da universalização dos serviços de água e esgoto e, para isso, fazemos altos investimentos nos sistemas da cidade, afinal temos o compromisso de mudar essa realidade e melhorar a qualidade de vida de mais de um milhão de gonçalenses”, afirmou Pedro Augusto Freitas, diretor-superintendente da Águas do Rio.
Segundo a empresa, cerca de 33 quilômetros de rede de distribuição de água foram implantados, e mais de 218 mil serviços, executados, como interligações e substituições no sistema de bombeamento. Também foram feitos reparos no combate a perdas de água, com objetivo de aumentar o volume e a pressão de água em diversos bairros da cidade.
Em novembro passado, aproveitando a paralisação anual do sistema Imunana-Laranjal (operado pela Cedae), foram executadas 24 intervenções em um único dia, entre elas o reparo de um vazamento na adutora localizada no bairro Lindo Parque, que desperdiçava 1 milhão de litros de água por dia. Só este conserto beneficiou mais de 150 mil pessoas que passaram a receber a água que antes era desperdiçada.
Serviço de esgotamento sanitário
Na Estação de Tratamento de Esgoto São Gonçalo (ETE/SG), a maior do sistema da cidade e localizada no bairro Boa Vista, a concessionária informou que trabalha para ampliar sua capacidade de 350 l/s (litros por segundo) para 650 l/s. Para isso, reativou bombas e substituiu grades deterioradas que precisam filtrar dejetos que chegam na estação, além da realização de manutenções dos sete aeradores, da elevatória de recirculação de lodo e dos tanques responsáveis por manter as bactérias que tratam o esgoto.
De acordo com Diógenes Lyra, diretor-executivo da Águas do Rio, a ampliação da capacidade da ETE acontecerá em paralelo às melhorias na outra estação de tratamento da cidade, a Apolo, e com a conclusão da obra da ETE Alcântara e de seus troncos coletores, sob responsabilidade do Governo do Estado e com previsão de ser finalizada em três anos. Juntas, as ETEs devem tratar o esgoto de cerca de 500 mil pessoas.
“Todo esse trabalho é absolutamente estratégico para a recuperação da Baía de Guanabara nos próximos cinco anos. É nesse período que estaremos focados na construção do chamado ‘cinturão de proteção’ da baía, com a implantação de coletores de esgoto em todos os municípios que circundam o ecossistema, incluindo São Gonçalo”, explicou Diógenes.
Segundo a empresa, já foram investidos mais de R$ 100 milhões em quase dois anos de operação em São Gonçalo. Para os próximos cinco anos, está previsto o investimento total de R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 445 milhões no sistema de água e R$ 755 milhões em coleta e tratamento de esgoto.
Entre as principais ações está o combate a perdas de água, com redução dos indicadores atuais de 77% para 25%. Recentemente, o equivalente a mais de 780 piscinas olímpicas de água tratada foi recuperado para integrar o sistema de abastecimento com os reparos de grandes vazamentos no município. Um em específico, no bairro Mutondo, existia há mais de 60 anos e causava transtornos aos moradores próximos.
Com este foco também, mais de 100 ligações irregulares foram retiradas de uma adutora, no Morro do Querosene, beneficiando 20 bairros do entorno.