Bolsonaro pode ter feito as Forças Armadas cometerem crimes, diz Flávio Dino

Ministro da Justiça enfatizou a importância das instituições militares

Flávio Dino se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio
Flávio Dino se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio -
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), destacou nesta quarta-feira, 23, que as Forças Armadas podem ter recebido instruções equivocadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração veio após uma reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, em Brasília, buscando abordar questões relacionadas à relação entre o governo e as instituições militares.
Dino ressaltou que, de acordo com a Constituição brasileira, o presidente é o comandante e líder das Forças Armadas. Essa prerrogativa, segundo o ministro da Justiça, poderia ter levado Bolsonaro, em seu mandato, a emitir ordens inadequadas. Isso, de acordo com o ministro da Justiça, pode ter influenciado membros das Forças Armadas a cometer equívocos ou até mesmo crimes.

“Nós temos que lembrar também que, constitucionalmente, o comandante e chefe das Forças Armadas é o presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas. Talvez o comandante supremo da época, o ex-presidente da República, não tenha dado ordens corretas. E isso pode ter gerado que alguns membros das Forças Armadas tenham eventualmente cometido erros ou até crimes”, declarou.

A reunião ocorreu em um momento de crescente tensão entre a sociedade e setores das Forças Armadas. As investigações conduzidas pela Polícia Federal, que envolvem militares nas questões das joias pertencentes a Bolsonaro e nos eventos de janeiro que desencadearam ações golpistas, têm agravado as divergências.
Dino relatou que o encontro com o ministro da Defesa foi produtivo e transcorreu em um ambiente positivo, permitindo uma discussão franca sobre as questões em pauta. Durante a reunião, Múcio encaminhou um ofício à Polícia Federal, requisitando informações detalhadas sobre os militares que estão sob investigação, alegadamente por se reunirem com o hacker Walter Delgatti com intuito de planejar ações que colocassem em dúvida a legitimidade das eleições.

Nas redes sociais, Flávio Dino também enfatizou a importância das instituições militares, salientando que elas são elementos permanentes e essenciais da sociedade brasileira. Ele reiterou que as instituições estão acima de quaisquer ações individuais que possam ter sido realizadas por alguns de seus membros.