Áudio diz que havia um alvo específico

Gravação foi obtida por tiras que tentam elucidar morte de médicos

A Polícia Civil interceptou áudio transmitido momentos antes do ataque a tiros contra quatro médicos, ontem de madrugada, na Barra da Tijuca, que mostra que os assassinos tinham um alvo específico. A gravação foi obtida pelo portal 'G1'. Três médicos morreram e um ficou ferido no crime que chocou o país e teve repercussão internacional.

Na gravação, um homem diz "Acho que é Posto 2" e uma frase inaudível. A pista reforça uma das linhas de investigação das polícias Civil e Federal: o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, pode ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26, pois eles são muito parecidos fisicamente.

Perseu estava com os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, Daniel Sonnewend Proença, 32, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, irmão da deputada federal Sâmia Bonfim e cunhado do deputado federal Glauber Braga, ambos do PSOL. Eles bebiam cerveja no Quiosque Naná 2 quando os criminosos chegaram num Fiat Pulse branco e deram mais de 30 tiros neles. Somente Daniel sobreviveu.

Taillon é acusado de ser um do chefes da milícia de Rio das Pedras, Muzema, Gardênia Azul e adjacências. Ele está em regime semiaberto desde março e o seu endereço informado à Justiça é um apartamento na Avenida Lúcio Costa, a menos de 1 km do quiosque.

Segundo a polícia, Taillon trava disputa territorial com Philip Motta, o Lesk, do Comando Vermelho (CV), desde o início do ano. Os traficantes têm como QG a Cidade de Deus.