Débora volta, e sua mãe fica

A professora de escola infantil Débora Gielman, 27, retornou ao Rio no mesmo voo de Hana e Raquel, com o filho israelense de dois anos e sete meses, e pretende recomeçar a vida no Brasil. Para trás, além da casa e do trabalho, ela teve que deixar a mãe, de 69 anos, que decidiu ficar em Harish, cidade a 400 metros da fronteira com a Cisjordânia, onde moravam desde 2015.

"Eu estava trabalhando com crianças, em uma creche do governo, que fechou por causa da guerra. Mas as contas não pararam de chegar, não teríamos ajuda do governo e nem como conseguir trabalho, pois está tudo fechado. Minha mãe não trabalha, eu tomava conta de tudo sozinha", relata Débora. "A partir do momento que eu vi as notícias e li que o grupo extremista está procurando crianças, idosos e mulheres, percebi que a minha família estava em risco. Fora que o meu filho estava ficando machucado com a situação. Até para ir o parquinho, ele criou trauma, ficava tenso", completou.

A decisão de a mãe não retornar foi tomada pela própria no dia da viagem. Ela disse que não daria as costas para o país que lhe deu oportunidade de uma vida melhor.

No Rio, Débora fez uma vaquinha online para pedir ajuda para se manter enquanto não consegue trabalho: 'vakinha.com.br/vaquinha/ajude-familia-brasileira-presa-em-israel'.