Maxwell abre mostra inspirada no Clube do Flamengo

Artista visual criado na Rocinha inaugura exposição no Museu da Cidade

Artista visual carioca que nasceu e cresceu na Favela da Rocinha, a maior da América Latina, Maxwell Alexandre tem reconhecimento nacional e internacional: obras de sua autoria integram acervos de instituições importantes, como o do Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França, Pérez Museu de Arte de Miami, Guggenheim Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, Museu de Arte Moderna do Rio e Museu de Arte do Rio. Agora, conquista mais um destaque: o Pavilhão Maxwell Alexandre 3, no Museu Histórico da Cidade, na Gávea, que fica em cartaz até 23 de junho, com a exposição Clube, inspirada na sede do Flamengo.

A exposição no Museu terá mais de dezoito obras inéditas, de tamanhos diferentes, que reúnem suas experiências pessoais e da cultura periférica em que cresceu. Maxwell optou por manter sigilo dos trabalhos, pois refletem uma nova proposta do artista. Porém, continuam sendo óleo sobre papel pardo e algumas óleo sobre tela.

"A série Clube nasceu em 2020, quando me tornei sócio do Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea, bairro vizinho à Rocinha, onde nasci e cresci. Com essa entrada, pude ter um acesso franco às famosas e desejadas 'piscinas de ladrilho', como minha mãe costumava chamar as piscinas construídas com azulejo, que se tornaram um dos maiores sonhos que tive quando criança", lembra.

O artista foi o primeiro a colocar o papel pardo como um suporte usual nas artes plásticas. A escolha do material reflete a visão social de sua obra, que passa pela construção de narrativas a partir de seu cotidiano na cidade e na Rocinha. Com a apropriação de códigos visuais de forte circulação na periferia, Maxwell discute e ressignifica o papel da cultura negra.