A técnica de enfermagem Michele Pinto, que teve o corpo incendiado pelo ex-companheiro, vivia há oito anos em um relacionamento conflituoso com Edmilson Felix do Nascimento, de 44 anos. Ontem, a irmã da vítima, Carla Silva, contou que Michele tentou se separar do assassino diversas vezes e não conseguiu. Os familiares também contestaram a conclusão do inquérito da Polícia Civil.
"Depois que a Michele viu mesmo que (o relacionamento) não ia dar certo, ela comprou a casinha dela no Jacaré, com toda a luta. Ele (Edmilson) foi lá e quebrou tudo, tudo novo, e minha irmã pagando tudo. Ela foi à polícia e estava com uma medida protetiva. É revoltante a gente ver essa impunidade, ver que a vida foi ceifada da maneira que foi", explicou Carla.
Michele morreu na última quarta-feira, no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, onde estava internada desde segunda, quando Edmilson jogou gasolina e ateou fogo em seu corpo. Após deixar a filha deles na casa da ex-sogra, a técnica de enfermagem foi seguida pelo criminoso até a estação de trem Augusto Vasconcelos, na Zona Oeste, onde foi atacada.
Carla contou ainda que, dois dias antes do crime, Michele foi batizada e conseguiu o sonho de reunir os três filhos para celebrar o momento. "Foi um preparo. No momento que ela quis seguir a vida dela no evangelho, Deus tirou ele daquele momento, ao ponto de ela conseguir se batizar. Foi uma festa linda no sábado. No domingo, ela teve a despedida. Ela realmente conseguiu comprar uma mesa e reunir os três filhos".
As crianças, duas meninas e um menino, estão sob os cuidados da família. Apenas uma delas é fruto da relação com Edmilson.