Uma mulher foi resgatada no Recreio dos Bandeirantes em situação de trabalho análoga à escravidão. A pernambucana, de 59 anos, foi trazida pelos patrões para a capital fluminense há 8 anos e não recebia salário, nem tinha folgas. O resgate aconteceu no dia 2 de julho, entretanto, o caso só foi divulgado recentemente.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), a vítima também não possuía conta bancária, nem tinha relações pessoais ou sociais. As investigações apontaram ainda que, antes de sua vinda para o Rio de Janeiro, a mulher trabalhou para familiares dos atuais patrões desde os 13 anos.
Durante esse período, ela teria trabalhado para seu atual empregador, e agora cuidava de seus filhos como parte das tarefas na residência. Ao todo, foram 46 anos servindo à família.
Para Diego Folly, auditor fiscal do Trabalho, que atuou no caso, é importante que a sociedade fique atenta, pois o trabalho doméstico análogo ao de escravizado é difícil de ser combatido sem a denúncia das pessoas, pois se trata de uma atividade desempenhada no resguardo do lar.
"A configuração de trabalho doméstico análogo ao de escravizado vai muito além da constatação de irregularidades trabalhistas, essa exploração deixa marcas psicológicas e morais indeléveis na formação do ser humano", explica o auditor.