'Conheci algo pior do que a morte: o desaparecimento de uma pessoa da família, no caso a minha filha. Todo familiar de desaparecidos precisa de uma resposta. Toda morte tem um ritual. É uma história que não fecha. A gente não sabe se a pessoa comeu ou se está sendo maltratada". O desabafo é de Jovita Belfort, mãe de Priscila Belfort, que sumiu há mais de 20 anos e até agora não se tem novas informações que levem ao paradeiro da jovem.
"Depois desse tempo todo ficou faltando alguma coisa. Não temos uma resposta. Os últimos dias da Pri (como se refere à filha) não foram investigados. Ela estava na casa da minha mãe e da minha irmã. As duas não foram chamadas para falar", disse Jovita, Superintendente de Pessoas Desaparecidas e Documentação Básica, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro.
A história do desaparecimento de Priscila, irmã do lutador Vitor Belfort, virou documentário que está sendo exibido pela Disney sob o título Volta, Priscila, dirigido por Eduardo Rajabally. Jovita ficou muito emocionada ao assistir. "Hoje posso dizer que a Priscila é uma princesa da Disney". Apesar de tanto tempo, ela tem esperança de encontrar a filha viva. "Se eu puder escolher o fim, será o melhor".
Já a posição da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é outra: "A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) se solidariza com a dor da família. Desde os primeiros momentos, todos os recursos disponíveis foram empregados a fim de elucidar o caso e esclarecer o paradeiro da vítima. Inúmeras diligências foram realizadas e diversas linhas de investigações foram checadas. Vale ressaltar que todas as denúncias relacionadas ao caso foram e continuam sendo exaustivamente apuradas pela Delegacia Antissequestro (DAS)".