Fundado em 1947, o tradicional restaurante de massas Spaghettilândia, no cruzamento das ruas Álvaro Alvim e Embaixador Regis de Oliveira, na Cinelândia, fechou as portas. Conhecido pela boa comida, sempre servida em generosas porções e o preço em conta, o estabelecimento, que fica bem próximo ao centenário Amarelinho e ao histórico Teatro Rival, testemunhou mais de sete décadas de efervescência cultural na região, sendo frequentado por políticos, artistas e trabalhadores de prédios comerciais do Centro. Agora, um cartaz na porta anuncia a venda do imóvel.
Com o esvaziamento econômico do Centro, o local passou a dar sinais de decadência nos últimos anos. O funcionário público aposentado Carlos Gil Monteagudo, de 80 anos, guarda muitas memórias do restaurante. Ele conta que gostava de ir ao local desde a adolescência. Além disso, sempre que encontrava oportunidades almoçava no restaurante acompanhado de Margarida, sua mulher de 74 anos, durante passeios pelo Centro do Rio. Carlos Gil gostava do canelone e ela, da lasanha.
"Na última vez que eu estive no Spaghettilândia com a Margarida, o restaurante estava cheio. Dá uma pena danada. Esses lugares são importantes, até para a memória do carioca", lamentou o aposentado.
A produtora cultural Leni Augusta, 67 anos, que promove rodas de samba na Rua Alcindo Guanabara, também na Cinelândia, há 16 anos, dentro do projeto "Samba Brilha", também demonstrou tristeza com a notícia. "É lamentável que isso esteja acontecendo porque o Spaghettilândia é uma grande referência de encontro, socialização, formulação política e cultural na Cinelândia", destacou.