Só resta se conformar: 'A vontade dele foi feita'

Companheira de segurança morto reforça a paixão de Damião pelo trabalho

Dona Creuza falou que a vida do marido era a escola
Dona Creuza falou que a vida do marido era a escola -

"Ele sempre falava que queria morrer lá na escola. O que me consola é isso, porque Damião queria morrer no trabalho e a vontade dele foi feita". As palavras, em tom de conformismo, são da manicure Creuza dos Santos de Carvalho, de 55 anos, que vivia com o segurança Damião de Carvalho, de 76, há quase 30 anos. Ele morreu durante assalto no estacionamento da Associação Educacional Garriga de Menezes, na Rua Araguaia, na Freguesia, em Jacarepaguá, na manhã de sexta-feira. O enterro acontecerá hoje, às 14h, no cemitério do Pechincha, na Zona Oeste do Rio.

Quando soube do crime, ela estava em Minas Gerais, onde cuida de sua mãe, de 93 anos, que teve um AVC e sofre de mal de Alzheimer, e veio logo para o Rio com dois primos. "Há três anos que fico lá com ela e venho para o Rio a fim de dar atenção ao marido e o filho. Eu me divido. Saí de Minas Gerais, quase na divisa com a Bahia, às duas da tarde de sexta-feira e cheguei ao Rio às quatro".

Creuza lembra do marido com muito carinho e afirma que ele adorava plantas e animais, era torcedor do Botafogo, mas sua maior paixão sempre foi a escola. "Ele trabalhava há 44 anos no Garriga. Tinha se aposentado, mas nem pensava em parar. Falava para ele pegar uns dias com a diretora, dona Noêmia, mas Damião não queria de jeito nenhum. Ainda sugeri para ele ir para Miguel Pereira porque gosta de planta, de passarinhos, gatos, cachorros, pombo, ele dava comida para esses bichos. Nós temos sete cachorrinhos em Jacarepaguá", conta.